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RIO - Se o barril de petróleo permanecer na faixa dos 60 dólares a Petrobras deverá manter os atuais preços da gasolina e do diesel no mercado interno, afirmou o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa.
O último ajuste dos dois derivados --que representam 60 por cento da receita da companhia-- foi realizado em setembro de 2005. Os demais produtos vendidos pela estatal, como nafta, querosene de aviação, óleo combustível, entre outros, são ajustados periodicamente por contrato com os clientes e garantiram lucro recorde para a empresa em 2006.
- Nas nossas análises econômicas vemos que não há nesse momento, com o pretróleo na faixa de 59/60 dólares, nenhum motivo para ter um novo ajuste de preço - disse Costa em evento no Rio de Janeiro.
Em meio à visita do presidente da Bolívia, Evo Morales, ao Brasil, o diretor de Abastecimento descartou também, mais uma vez, um eventual aumento de preço do gás importado do país vizinho.
- É muito claro que o contrato tem uma relação com o preço e tem que ser respeitada...não há nenhum motivo de fato que nos leve a desprezar a fórmula estabelecida no contrato - afirmou.
O contrato entre a Petrobras e a Bolívia foi assinado em 1999, com prazo de 20 anos, e tem ajustes trimestrais baseados em uma cesta de óleo no mercado internacional.
O executivo participou nesta quarta-feira da assinatura de um contrato com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para um projeto ecológico na região onde será construído o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
De acordo com Costa, a nova unidade vai ajudar a Petrobras a atingir o objetivo de tornar o país auto-suficiente em diesel em 2014.
- Quando entrarmos com as refinarias do Rio (Comperj), de Pernambuco e com a Premium, vamos atingir a auto-sufiência - afirmou.
Segundo ele, o Brasil importa diariamente 30 mil barris de diesel para atender a demanda interna de aproximadamente 300 mil barris.
O Comperj está previsto para começar a produzir em 2012, enquanto a Refinaria Premium --ainda sem local determinado e que vai produzir 500 mil barris diários de gasolina e diesel de alta qualidade-- deve entrar em operação em 2014.
Já a Refinaria de Pernambuco, que deverá ser feita em parceria com a venezuelana PDVSA, estava prevista para 2011 mas Costa pretende adiantar o empreendimento para 2010, apesar da complexidade do projeto.
- Lançamos um desafio copiando o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), para isso nós lançamos o PAR, Programa de Antecipação da Refinaria - brincou o executivo.
Ele minimizou a demora de um contrato final da parceria com a PDVSA para a construção da refinaria, ainda baseada em protocolo de intenções, e que tem recebido críticas de especialistas por se tratar de um projeto sofisticado, já que pretende refinar petróleos de diferentes qualidades no mesmo local.
- O projeto é viável...não trabalhamos com a hipótese de rompimento com a PDVSA no projeto, os acordos entre Petrobras e PDVSA são maiores do que a Refinaria de Pernambuco - disse Costa.