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WASHINGTON - O Brasil avançou no combate ao tráfico humano no último ano, segundo relatório do Departamento de Estado norte-americano divulgado na terça-feira.
- O Brasil está na lista de cinco países que melhoraram do ano passado para cá (nas Américas) - disse à Reuters Barbara Fleck, analista do Departamento para o Combate e Monitoramento de Tráfico de Pessoas do Departamento de Estado.
Os outros países que melhoraram na região são Belize, Bolívia, Jamaica e Peru.
No 'Informe sobre Tráfico de Pessoas 2007', o Departamento de Estado monitorou mais de 100 países entre abril de 2006 e março de 2007, incluindo vários na América Latina.
Quanto ao Brasil, o estudo disse que 'no último ano, o governo melhorou os esforços para punir o tráfico sexual doméstico e internacional e adotou várias medidas em relação ao trabalho forçado'.
Apesar dos avanços, ONGs estimam que 500 mil crianças estejam trabalhando com prostituição no Brasil. Além disso, mulheres e meninas são vítimas do tráfico sexual, com destino a outros países da América do Sul, Caribe, Europa Ocidental, Japão, EUA e Oriente Médio.
O relatório destaca ainda que cerca de 25 mil brasileiros, a maioria homens, são vítimas de tráfico dentro do país para trabalho forçado na agricultura, principalmente em regiões da Amazônia e no Mato Grosso.
No México e na Argentina, segundo o documento, o tráfico de pessoas aumentou, apesar da tentativa dos governos de freá-lo. E em Cuba e Venezuela o tráfico tornou-se um problema grave porque as autoridades não conseguem combatê-lo.
De acordo com o relatório, no México várias mulheres e crianças sofrem com o tráfico interno e são levadas a zonas urbanas, de fronteira e turísticas para exploração sexual.
Na Argentina aumentaram os registros de casos de tráfico humano devido a um maior conhecimento do público sobre o tema e também pelo crescimento do número de imigrantes no país, mais vulneráveis a abusos.
Cuba e Venezuela estão classificados na categoria três de um ranking sobre o tráfico, a mais baixa, destinada a países que não cumprem os padrões mínimos e não demonstram esforços para melhorar o problema, segundo o Departamento de Estado.