Portal Terra
BRASÍLIA - O ministro da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, Mangabeira Unger, evitou os jornalistas após sua posse no Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira. Após receber os cumprimentos dos convidados, o filósofo se esquivou dos gravadores e microfones, andando entre as cadeiras colocadas no Salão Oeste e quase caiu entre elas.
- Eu não vou falar com vocês hoje - repetia com sotaque carregado, já que vive há décadas nos Estados Unidos. Unger evitou dar explicações sobre a sua polêmica chegada ao cargo de ministro. Em 2005, ele classificou o governo de Lula como o "mais corrupto da história".
Também não quis esclarecer porque mesmo depois de ser convidado para o cargo entrou com uma ação indenizatória contra a Brasil Telecom, empresa de telefonia que tem como principais acionistas fundos de pensão de estatais.
Tampouco comentou o pedido feito à Comissão de Ética Pública visando manter-se como uma espécie de consultor da concessionária de telefonia enquanto ocupa o cargo de ministro.
Quando estava deixando o Palácio, Unger não encontrou a saída, se perdeu do motorista e quase teve que recorrer a um táxi para ir embora. Questionado se havia perdido o motorista, o filósofo apenas riu, evitando a confirmação. Ao lado, uma assessora tentava arranjar uma carona para o novo ministro. Ele demorou cerca de 15 minutos para deixar o Palácio.
Durante o discurso de posse, o filósofo disse que o Brasil era capaz de reinventar o desenvolvimento e "que os olhos do mundo" se voltarão para o país. Lula permaneceu sério durante toda a fala de Unger, diferente das posses de outros ministros.
Assim que terminou a cerimônia, o presidente logo seguiu para sua sala e deu pouca atenção aos convidados, o que também não é convencional. Apesar da negativa de todos, o clima de constrangimento com a posse de Mangabeira era comum.