Agência Brasil
MANAUS - A rebelião provocada por quase 500 detentos do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), em Manaus, terminou pouco antes das 8 horas da manhã desta terça-feira, horário de Brasília, após 16 horas de muita confusão.
Desde a tarde de ontem, os presos conseguiram fazer pelo menos cinco reféns, entre outros detentos, agentes penitenciários e professores que trabalham no local. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Amazonas (Sejus), a rebelião começou quando os presos participavam de um mutirão para retirada de documentos, como Certidão de Nascimento e CPF. Nesse momento, também estavam sendo realizadas visitas íntimas a alguns presos.
Durante o motim, dois presos foram mortos. Um deles era Antonio Soares dos Santos, o Tony, preso este ano, acusado de matar cinco pessoas e a própria filha, de 1 ano e 2 meses. Ele foi degolado e teve os dois olhos perfurados.
A lista de reivindicações só foi apresentada durante a madrugada. Segundo a assessoria de imprensa da Sejus, os detentos pediram mais tempo para visitas dos familiares, o fim do uso de algemas durante o banho de sol e ainda visitas nas celas, reivindicação que foi imediatamente descartada.
A direção do Ipat não sabe informar se houve fuga durante a rebelião. O instituto começou a fazer a contagem de presos e deve saber hoje se o número de detentos corresponde ao número de pessoas que estavam nas celas antes da rebelião.
Muitos detentos ficaram feridos e outros tiveram suas orelhas cortadas e expostas no pátio do presídio. Ao longo da madrugada, centenas de pessoas, entre parentes de presos e funcionários do Ipat, permaneceram em frente à unidade prisional, em busca de notícias.
Apesar de ter apenas um ano de funcionamento e ser considerado como uma unidade prisional de segurança máxima, o Instituto Penal Antônio Trindade já registrou uma fuga e um motim antes desta rebelião.