Raquel Tomaz , Agência JB
RIO - O rápido crescimento econômico do país pode se tornar um empecilho aos novos financiamentos do BNDES, um dos principais investidores do setor naval offshore brasileiro. Foi o que afirmou o vice-presidente do banco Armando Mariante, durante palestra na Niterói Fenashore 2007. Para superar a carência de recursos para os próximos anos, a instituição está negociando com o Banco de Fomento Europeu e o BID.
Esta é uma grata novidade porque o país está crescendo surpreendentemente. No entanto, o setor naval é assunto altamente prioritário para o BNDES sentenciou Mariante. Estamos engajados principalmente no programa de renovação da frota de petroleiros da Petrobras, onde dezenas de milhões de dólares serão investidos durante os próximos cinco anos.
Durante a palestra, Mariante adiantou ainda que a instituição está estruturando novas regras de análise de crédito para o setor naval e offshore. A medida pretende facilitar o acesso aos recursos e deve ser implementada no início de 2008, pela Câmara do Setor Naval.
A questão das navipeças também foi pautada durante o evento. A área, considerada estratégica para o setor naval, representa cerca de 15% do custo de um navio. Além da considerável queda da taxa final de juros nos dois últimos anos, Mariante ressaltou a criação de um grupo de trabalho na Câmara do Setor Naval, voltado especificamente para a questão das navipeças.
O BNDES é considerado um dos principais investidores no setor naval offshore brasileiro. A ação se intensificou nos anos 80, quando o banco passou a ser um agente financeiro através do Fundo de Marinha Mercante. Desde 2001, a instituição aprovou o financiamento de cerca de 40 embarcações de apoio offshore.