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BRASÍLIA - O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, defendeu nessa sexta-feira que os países sul-americanos que formam a Unasul classifiquem como terroristas todos os grupos violentos que atentam contra a democracia no continente.
A mensagem de Uribe é um recado direto aos países que não consideram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como terroristas, entre eles o Brasil.
Questionado se essa seria a condição para a Colômbia aderir ao Conselho de Defesa Sul-Americano, sugerido pelo Brasil e endossado por todos os países à exceção da Colômbia, respondeu que esse é um ponto para reflexão.
- A União Sul-Americana deve ajudar também para que a maior consolidação democrática elimine qualquer risco de governos extremos - disse Uribe, após encontro bilateral com Lula.
Uribe citou a prisão de membros do ETA essa semana, no sudoeste da França, como fruto de colaboração de muitos anos entre os países da União Européia, que desejaria ver reproduzido na América do Sul. O governo colombiano acusa países vizinhos, como o Equador e a Venezuela de acolherem integrantes das Farc em seu território.
- Confiamos que na União Sul-Americana nossos irmãos nos ajudem para que todo mundo colabore para capturar os terroristas que afetem qualquer um de nossos países - afirmou.
Uribe disse que as Farc ainda são vistas por alguns como um grupo político que quer superar a pobreza na Colômbia, mas que se trata de "grupo sanguinário e terrorista que assassina mulheres e inocentes."
O presidente colombiano lamentou a declaração do presidente do Equador, Rafael Correa, que classificou de "deplorável" as relações entre os dois países. Colômbia e Equador estão estremecidos desde que tropas colombianas entraram em território equatoriano para caçar integrantes das Farc. Uribe disse que estava disposto a ter um diálogo sobre todos os temas nessa reunião da Unasul e não "ficar em silêncio e depois dizer o que acha para a imprensa", afirmou em referência direta a Correa.
Uribe disse também ter convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ir à Colômbia, no dia 20 de junho, para comemoração da independência do país, em Letícia, na Amazônia. Segundo Uribe, Lula teria aceito o convite.