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BRASÍLIA - Com um projeto de país, o PSDB conseguirá conquistar nos próximos dois anos o apoio de parte dos partidos que hoje integram a coalizão liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).
Pré-candidato à Presidência da República, o tucano ressaltou que seu partido deve passar a enfocar no debate político a qualidade da gestão pública realizada por seus quadros e evitar uma polarização nas discussões sobre economia, já que o PT deu uma 'guinada' e manteve as principais diretrizes do modelo econômico do governo de Fernando Henrique Cardoso (câmbio flutuante, metas de inflação e manutenção de superávit primário).
Aécio alegou ainda que a sigla deve 'olhar para a frente', para deixar de 'ser uma referência do passado', e não ficar apenas lembrando que foi a responsável pelo sucesso da implementação do Plano Real.
- O PSDB precisa ter um projeto para o país. O PSDB não precisa ter candidato. Candidatos hoje no Brasil nós temos em bom número - declarou o governador mineiro a jornalistas depois de se reunir com a bancada do PSDB na Câmara.
- O que falta ao Brasil hoje, e não apenas ao PSDB, é um projeto claro. O próprio governo federal não tem um projeto claro, seja em relação às reformas seja em relação à gestão pública - acrescentou.
Aécio ressaltou que o partido deve também se reaproximar da sociedade, o que resgataria a confiança que o eleitorado já teve na legenda. Citando a eleição de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos, o governador disse que o Brasil também precisa recuperar o sentimento de esperança.
- A esperança é um componente psicológico muito importante para a superação, inclusive de crises econômicas, e acho que o Brasil precisa voltar a ter esperança - argumentou.
Por isso, o tucano afirmou que a questão da qualidade da administração pública pode ganhar maior importância na campanha para a eleição presidencial de 2010. - Pela primeira vez nós vamos ter um espaço de fato nacional para a gestão pública de qualidade, no momento em que temos um aperto de crédito e uma diminuição de investimentos - concluiu.