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Mais uma crise aérea atrapalha o fim de ano dos passageiros

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Jornal do Brasil

BRASÍLIA - O fim de ano não começou bem para os milhares de brasileiros que aproveitam o recesso para viajar. Os principais aeroportos do país registraram atrasos em 39,7% dos vôos programados neste sábado. Os dados são da Infraero (estatal que administra os aeroportos brasileiros), que também informou cancelamento de 3,1% dos vôos.

Dos 1.469 vôos programados das 0h até as 20h, 583 registraram atrasos e outros 45 foram cancelados. Em São Paulo, o aeroporto de Congonhas registrou atraso em 15,8% (25, de um total de 152) das decolagens e cancelamento de 10,1% (16 procedimentos).

O aeroporto internacional de Guarulhos teve até as 20h atrasos em 44,4% dos vôos (92, de um total de 207). Os cancelamentos atingiram 1,4% dos vôos previstos.

No Rio, o aeroporto internacional Tom Jobim registrou, dos 129 vôos programados para este sábado, 67 atrasos (51,9%) e nenhum cancelamento. O aeroporto Santos Dumont, no Rio, registrou quatro atrasos (10% dos 40).

Um dos principais problemas foi causado por uma falha no sistema de despachos da empresa Gol Linha Aéreas. A falha foi consertada ainda pela manhã de sábado, mas gerou um efeito cascata, atrasando vôos de todo o país. A empresa não soube informar se o ocorrido continuará prejudicando o cronograma de vôos nos próximos dias.

Feliz 2009

Os atrasos ocorreram um dia após o Ministério da Defesa anunciar o lançamento da Operação Feliz 2009, que irá intensificar a fiscalização nos aeroportos de Congonhas (SP), Guarulhos (Grande SP), Galeão (RJ) e Brasília (DF). O esquema será aplicado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e pela Infraero até o dia 7 de janeiro. O objetivo é evitar atrasos e o caos nos aeroportos durante o período de festas de fim de ano.

As companhias aéreas TAM, Gol/Varig, OceanAir e Webjet enviaram documentos à Anac, comprometendo-se a cumprir o serviço de atendimento especial durante o período em que vigora a operação. A fiscalização será realizada por inspetores da Anac e será centrada nas pistas dos aeroportos, atrás dos check-ins, nos centros de operações e manutenção das empresas aéreas, e no desembarque. O trabalho será feito com o Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), da Aeronáutica, que controla todos os vôos do país. Ao todo, serão 120 inspetores na fiscalização.

Na sexta-feira, o novo presidente da Infraero, Cleonilson Nicácio Silva, assumiu a estatal, dizendo que o período de crise aérea era página virada na história da aviação brasileira. Na posse, Nicácio mencionou que medidas tomadas pela estatal, como melhor dimensionamento de fluxo de passageiros, ajuste da malha aérea e compatibilização de aeroportos com a quantidade de aeronaves deveriam garantir ao brasileiro que utiliza aeroportos um fim de ano tranqüilo.