Marina Mello, Portal Terra
BRASÍLIA - O deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), conhecido por ter construído um castelo avaliado em mais de R$ 20 milhões em seu Estado, evitou responder a diversas perguntas durante seu depoimento no Conselho de Ética da Câmara nesta terça-feira e acabou irritando o relator de seu caso, deputado Nazareno Fonteles (PT-PI).
No fim de abril, em sua defesa no Conselho de Ética da Câmara, o deputado afirmou que não havia impedimento para o uso da verba em sua própria empresa. Ele usou notas de suas de segurança para obter o ressarcimento dos R$ 15 mil da verba indenizatória. Para ele, não é válida a alegação de que ele não teria conseguido mostrar que os serviços de segurança foram prestados. O relator iniciou a sua série de perguntas questionando Moreira sobre suas empresas, e sobre informações relativas aos autos do processo.
A primeira questionou porque somente depois de março de 2007 o deputado começou a usar a verba indenizatória para pagar serviços de segurança. O relator quis saber ainda de detalhes sobre a venda de suas empresas.
Moreira, no entanto, respondeu apenas a algumas perguntas e disse que não responderia a outras porque o relator estaria querendo saber de questões não diretamente ligadas ao processo contra ele no Conselho. "Não vou responder porque isso extrapola o objeto da representação", disse o acusado.
O relator então acabou se irritando: "nada do que estou colocando aqui está fora de objeto, as minhas perguntas estão todas baseadas nos autos da investigação. Vossa excelência responde se quiser, agora desqualificar o trabalho desta relatoria não", disse.
Edmar afirmou que as questões relacionadas a sua "vida particular" não dizem respeito ao Conselho.