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Inquérito apura morte de bebês em hospital de SP

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Portal Terra

SÃO PAULO - O Ministério Público de São Paulo determinou nesta sexta-feira a abertura de inquérito policial para apurar a responsabilidade pelas mortes de três bebês que estavam internados com infecção hospitalar no Hospital de Base de São José do Rio Preto, no interior do Estado. Nos últimos dias, focos de infecção atingiram 15 dos 20 bebês internados na ala pediátrica, UTI neonatal e pronto-socorro infantil do hospital.

Na tentativa de evitar óbitos, a Vigilância Sanitária, em fiscalização no hospital, já tinha determinado a remoção de parte dos bebês, mas três dos que ficaram morreram nos dias 6, 8 e 12 de agosto.

De acordo com o promotor Claúdio Santos de Moraes, o inquérito vai apurar se algum profissional do hospital foi culpado. "Precisamos saber se houve imprudência ou negligência de algum médico, enfermeiro ou outro profissional do hospital no atendimento a esses bebês", disse. Na esfera criminal não há como culpar a figura do hospital por um suposto erro. Mas isso pode ocorrer, posteriormente, na esfera cível, caso alguma família dos bebês entre com ação pedindo indenização pelas mortes.

Moraes disse que já tinha decidido enviar o caso para arquivo após tomar conhecimento de que o hospital teria removido parte dos bebês acabando com o problema que teria causado os focos de infecção hospitalar. "A informação que recebi da vigilância em saúde era de que alguns bebês teriam sido levados para a Santa Casa e hospitais de cidades vizinhas, acabando com a superlotação e desorganização que teriam originado a infecção", explicou o promotor.

"Mas fui surpreendido no final da tarde ontem com a notícia de que três bebês tinham morrido. A história agora muda e temos de apurar se houve alguma falha no atendimento que tenha causado as mortes ou mantido os focos de infecção", completou.

Além do inquérito criminal, que depois de concluído será remetido à Vara Criminal de Rio Preto, outro procedimento judicial poderá ser aberto, desta vez pela Promotoria da Infância e da Juventude, comandada pelo próprio Moraes. "No final, se constatada alguma falha, a Promotoria da Infância deve exigir do hospital a adoção de medidas para reparação do problema".

A direção do Hospital de Base não tinha se manifestado sobre o assunto até as 10h30 desta sexta-feira. Segundo a assessoria do hospital, a direção estudava naquele momento se enviaria nota para a imprensa ou convocaria coletiva para falar aos jornalistas.