Celso Calheiros, Portal Terra
RECIFE -
Cerca de 2 mil pessoas participaram da 3ª Marcha da Maconha na região do Recife (PE) neste domingo. O movimento pediu a descriminalização da droga e a regulamentação do plantio, distribuição e venda. A mobilização foi acompanhada por 50 policiais militares, por meio de oito viaturas e um helicóptero.
Ao todo, os manifestantes percorreram um trajeto de 2 km, nas principais ruas do bairro Recife, no centro da capital pernambucana. Além dos policiais militares, agentes disfarçados estavam entre os participantes. Muitos suspeitos foram revistados, segundo a Polícia Militar.
Em vários momentos, os organizadores pediam para ninguém fumar ou portar maconha. "Não queime o filme da marcha. Não fume nada que ainda é proibido", gritava pelo carro de som o professor de história Gilberto Bezerra, 35 anos, líder da manifestação.
A marcha teve o apoio do vereador do Recife Osmar Ricardo (PT), que financiou a compra de camisas alusivas ao movimento e alugou o carro de som, e do candidato a governador Edilson Silva (Psol), que pediu que o uso da maconha recebesse o mesmo tratamento na legislação que o consumo de álcool.
Em sua maioria jovens, os manifestantes usaram cartazes e camisas pedindo a liberação da maconha. Alguns, como o jovem Raoni Moura, 20 anos, escreveu na sua camisa palavras a favor da maconha e contra o consumo de crack. "Legalizar é a solução", afirmou.
Um detido
Durante a marcha, uma pessoa foi detida, de acordo com a PM - um jovem de 24 anos que portava a droga. O rapaz assinou um termo e vai responder pelo crime em liberdade.
A detenção foi o único momento de apreensão da marcha - pacífica durante todo o seu trajeto. Muito manifestantes cercaram os policiais militares e gritaram palavras de ordem: "Ei polícia, maconha é uma delícia!".
Marcha criticada
Na semana que antecedeu a mobilização, a 3ª Marcha da Maconha foi condenada pelo secretário de Defesa Social do governo de Pernambuco, Wilson Damásio. Ele disse não concordar com o que chamou de "apologia ao uso das drogas".
Após a manifestação do secretário, o professor Gilberto Bezerra, organizador da manifestação, o procurou no final da semana passada. "Fomos informar o caráter pacífico e a favor de debate do movimento. Não pregamos o uso da droga, apenas a sua descriminalização", disse.