O Ministério Público apresentou, nesta sexta-feira, um recurso à Justiça contra a condenação do médico Roger Abdelmassih a 278 anos de prisão, segundo informações oficiais. Ele foi condenado por crimes sexuais, como estupro e atentado violento ao pudor, contra 37 pacientes de sua clínica de reprodução entre 1995 e janeiro de 2008.
Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que acompanharam as investigações da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) e denunciaram Abdelmassih, apresentaram o recurso na tentativa de aumentar a pena fixada pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal da Capital.
Para eles, os 278 anos de prisão não podem ser considerados como pena alta, porque foi aplicado o tempo mínimo legal para cada tipo de crime praticado. Segundo eles, os 278 anos de reclusão são reflexo da conduta do médico na prática de dezenas de crimes e a sentença não considerou as circunstâncias previstas em lei que justificam a aplicação da pena acima do mínimo previsto no Código Penal, como as condições do agente (Abdelmassih) e das vítimas.
No recurso, a condição das vítimas foi enfatizada: mulheres que na expectativa da maternidade se entregaram ao tratamento feito pelo médico, inclusive com uso de medicação. Por outro lado, Abdelmassih, no exercício de sua profissão, se aproveitou da situação para cometer os crimes, utilizando seu consultório. A sentença considerou que o médico cometeu 48 crimes, porque algumas vítimas foram atacadas mais de uma vez.