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Médicos acham 'chumbinho' no estômago de mendigos em Minas

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O Pronto Socorro João XXIII confirmou, na tarde desta segunda-feira, que a substância encontrada no corpo dos moradores de rua envenenados na madrugada de domingo, no bairro Santa Amélia, região norte de Belo Horizonte, era realmente "chumbinho". O exame de contraprova foi realizado em um dos moradores de rua, que foi levado ao hospital. Os médicos constataram a presença do "inibidor reversível de acetil colinesterasi (carbanato)", popularmente conhecido como "chumbinho", ou veneno de rato.

Ao todo, sete homens e uma mulher foram envenenados na praça do bairro, onde moram há cerca de 2 anos. Segundo testemunhas, uma pessoa teria deixado uma garrafa de cachaça, misturada ao veneno, para os moradores. Poucas horas depois de ingeri-la, os moradores de rua começaram a sentir náusea, vômito, diarreia e dores abdominais. Eles foram levados para hospitais de pronto atendimento da região. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, nenhum deles corre risco de vida.

O morador de rua Zeílson Maciel dos Santos, 29 anos, recebeu alta na manhã desta segunda-feira. "Nós vimos a garrafa e pegamos para consumir a cachaça. Nós temos o costume de beber. Mas, depois começamos a passar mal, ficar com fortes dores no corpo", disse ele. Já um dos mais velhos do grupo, Maciel, se diz inconformado com a situação: "não é possível que essa pessoa não tenha o coração bom, nós não incomodamos ninguém".

A Polícia Civil afirmou que vai abrir um inquérito para apurar o envenenamento dos moradores de rua. Segundo o delegado da 2ª Delegacia de Polícia de Venda Nova, Felipe Cordeiro, algumas pessoas já foram ouvidas informalmente. A polícia vai convocar outras pessoas para prestar depoimento. A hipótese de que um dos mendigos possa ter colocado chumbinho na bebida também será investigada.