Auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que a estrutura de pessoal da Polícia Federal não é compatível com a extensão da fronteira brasileira e que o número de servidores nessas regiões tem se mostrado insuficiente para o combate ao tráfico de drogas.
O TCU levantou o efetivo da PF nas áreas fronteiriças: 898 agentes, 155 delegados, 296 escrivães, 69 peritos e 21 papiloscopistas. Ou seja, são 1.439 policiais, apenas 12,4% do total. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O Brasil tem 16,8 mil km de fronteiras, sendo 11.627 com Colômbia, Bolívia, Peru e Paraguai - grandes produtores de cocaína e maconha. Nessas fronteiras, a PF tem 14 delegacias, com 708 agentes e 118 delegados. O tribunal indica ainda "carências (...) como a falta de coletes balísticos para todos". Também faltam carros e cães farejadores.
O TCU enviou questionários para os policiais. Dos delegados que atuam nas regiões, 66,3% consideram "ruim" ou "péssima" a suficiência de agentes na fronteira. Para 32%, as instalações das delegacias nas fronteiras são "ruins" ou "péssimas".
Em sua decisão, o TCU recomendou ao Ministério do Planejamento que "avalie a priorização de concursos públicos (...) autorizando o preenchimento das vagas de pessoal já criadas". A PF admite a falta de pessoal. O ministério autorizou a abertura de 1.200 vagas.