ASSINE
search button

SP: família de publicitário não concorda com versão de PMs 

Compartilhar

O advogado da família do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, morto por policiais militares no dia 18 de julho, Cid Vieira, diz que as imagens de câmeras de segurança desmentem a versão dada pelos PMs ao SPTV da TV Globo. Em entrevista, eles disseram que a vítima agiu com "conduta criminosa".

"As imagens mostram que a viatura, um Corsa, estava com os faróis e giroflex apagadas. Isso não é usual pra perseguir alguém. É muito estranho", comentou Cid.

Segundo a advogado, a defesa da família de Aquino reuniu imagens de 15 câmeras da região. "Nós levantamos as imagens que mostram exatamente o contrário da versão (dos policiais). Nos reunimos com o secretário de Segurança (Pública, Antonio Ferreira Pinto) na terça-feira e ele determinou que esses imagens fossem encaminhadas imediatamente (para as investigações)."

De acordo com Cid, haverá outra reconstituição do caso. "Estamos aguardando a remessa do áudio pelo Copom da Polícia Militar pra gente reconstituir com base nesse áudio."

Versão dos PMs

Segundo a versão da Polícia Militar, Ricardo Prudente de Aquino fugiu de uma blitz, iniciando uma perseguição de cerca de 10 minutos. O publicitário só parou depois que os três policiais acusados fecharam, com a viatura da Força Tática, a passagem do carro da vítima na avenida das Corujas, na Vila Madalena. Por causa da fechada, os veículos chegaram a colidir.

Em seguida, os PMs fizeram oito disparos contra o carro, sendo que dois acertaram o lado esquerdo da cabeça de Aquino. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos. Os policiais foram autuados em flagrante por homicídio doloso (quando há intenção de matar).

O cabo Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30 anos, e os soldados Luis Gustavo Teixeira Garcia, 28 anos, e Adriano Costa da Silva, 26 anos, estão em liberdade desde o dia 26 de julho, após passarem nove dias presos. Eles foram soltos graças a um habeas-corpus concedido pelo desembargador Willian Campos.