O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), declarou no início da tarde desta quarta-feira, na capital paulista, que não tem plano de trocar o comando da Segurança Pública após a crise que matou mais de uma centena de pessoas na região metropolitana. Questionado sobre o assunto, Alckmin falou que não tem prevista nenhuma mudança. "Não tem nenhuma alteração", afirmou.
Alckmin esteve no final da manhã e início da tarde no parque Anhembi com a presidente da República, Dilma Roussef (PT), para visitar a Olimpíada do Conhecimento. Ele afirmou não ter conversado sobre violência com a presidente, mas disse que as parcerias para reprimir o crime organizado estão em pleno andamento, inclusive o plano de contenção do crime nas fronteiras.
A possibilidade de mudança no comando da Segurança Pública foi ventilada após a morte do servente Paulo Batista do Nascimento, 25 anos, que teria sido rendido e baleado por policiais. Alckmin já havia classificado o episódio como "intolerável". "Poucas horas depois da descoberta do fato, cinco policiais foram presos e responderão a processo. Aqueles que forem responsabilizados, serão expulsos da polícia. Não há nenhuma tolerância", disse o governador na segunda-feira.
Onda de violência
Desde o início do ano, ao menos 90 policiais foram assassinados no Estado. Desse total, 18 eram aposentados e três estavam em serviço. Além disso, o Estado continua a enfrentar um grande índice de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, só na capital houve um crescimento de 102,82% no número de pessoas vítimas de homicídio no mês de setembro (o índice inclui também mortes no trânsito consideradas homicídio doloso), em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, a alta foi de 26,71% no mesmo período.