Santos - Os familiares de Mirella Diniz Garcia, 19 anos, sepultada na manhã desta quarta-feira (13), no cemitério Areia Branca, em Santos, disseram que a jovem parecia saber que "viveria pouco". Ela morreu na madrugada de terça-feira (12), após acidente com um carro alegórico da escola Sangue Jovem, no litoral paulista, que matou outras três pessoas.
"Ela parecia que sabia que ia viver pouco. Era muito intensa", disse Rosana Santos, tia da vítima. Segundo ela, Mirella morreu após salvar a filha Manuela, de 3 anos. "Na hora, ela falou: 'Manu, vem para cá', puxou a filha, mas escorregou e encostou o pé no ferro (do carro alegórico)", lembra Rosana.
?A tia disse ainda que a família sempre acompanhava os desfiles, "a gente nunca imaginou que pudesse acontecer um acidente desses (...) Ela adora Carnaval, e tudo que havia de bom na vida", lembra.
Muito abalada e sentada na calçada, uma outra parente de Mirella, que se identificou apenas como Marinalva, disse que Mirella deixava uma "neta maravilhosa", se referindo a Manuela. "A Mirella gostava de tudo que era bom, não sei explicar por que isso aconteceu. Perguntada sobre o desejo de Justiça ou indenizações financeiras, ela respondeu apenas: "não, só queríamos ela aqui".
Os custos do velório, realizado ainda na terça-feira, foram pagos pelo Santos Futebol Clube, uma vez que a escola Sangue Jovem era composta por torcedores do time. Já os enterros foram pegos pelas prefeituras da cidade de Santos e de São Vicente.
A tragédia aconteceu na Passarela do Samba Dráusio da Cruz quando a alegoria encostou em uma rede elétrica, o que causou o incêndio e um apagão no sambódromo. Estima-se que as vítimas tenham recebido uma descarga elétrica de 13,8 mil volts. O carro alegórico trazia uma homenagem a Pelé, maior ídolo do clube praiano.