O Partido Progressista observa com atenção o xadrez que irá definir as coalizões de força para a disputa presidencial de 2014. Integrante da base aliada da presidente Dilma Rousseff, a legenda, no entanto, ainda não fechou uma aliança com o PT. Não está descartada a possibilidade do partido ser o destino do governador Sérgio Cabral, que deixaria o PMDB para ser candidato a vice-presidente pelo partido na chapa do senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG). Parlamentares do PP afirmam que o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), muito próximo a Cabral, estaria costurando o acordo.
Segundo a senadora Ana Amélia (PP-RS), uma das vice-presidentes do PP, a tendência do partido no momento é repetir a postura de neutralidade de 2010 em relação aos postulantes à presidência, dando liberdade para acordos regionais:
"Penso que o partido precisa repetir em 2014 o que fez com muita sabedoria em 2010, sem optar por nenhuma candidatura. Cada estado escolheu o candidato que preferia apoiar. O senador Dornelles apoiou a presidente Dilma, enquanto eu preferi apoiar o José Serra. O partido deve repetir isso, por desejo da maioria", opinou a senadora.
De acordo com Ana Amélia, não está descartada a possibilidade de Cabral migrar para o PP. Segundo ela, o governo já foi informado que em estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais não há chance dos progressistas dividirem palanque com o PT. Além disso, relações pessoais podem ajudar nessa articulação:
"Não é de todo descartado. O próprio governador andou dando declarações no sentido de apoiar o Aécio, o senador Dornelles tem uma excelente aliança com ele e o Aécio que tem uma relação especial com o Rio. Mineiros são muito reticentes e às vezes olham para um lado mirando o outro. O senador Dornelles é muito mineiro e está articulando essa questão", revelou.
As pressões feitas por Cabral sobre a Dilma e sua postura intransigente de não aceitar a possibilidade de um palanque duplo no Rio estão resultando em seu isolamento dentro do PMDB. Lideranças do partido, no entanto, deverão procurar Cabral para uma conversa para tentar contornar a situação de manter a aliança em torno de Dilma.