O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados ouve nesta manhã a contadora Meire Bonfim da Silva Poza, dona da empresa Arbor Consultoria e Assessoria Contábil. A reunião está marcada para as 10 horas, no plenário 11.
Segundo reportagem da revista Veja divulgada nesta semana, Meire era contadora do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal.
De acordo com a revista, Meire afirmou que o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) "era cliente e ao mesmo tempo sócio de Beto" (apelido de Alberto Youssef). A ex-contadora teria dito ainda que os dois "tinham parcerias em obras e negócios" e que ela, pessoalmente, teria feito muitos pagamentos para Argôlo. "Ele vivia no escritório", teria afirmado Meire Poza.
Em seguida, o Conselho de Ética ouvirá o funcionário da Caixa Econômica Federal Douglas Alberto Bento, testemunha de defesa de Argôlo.
Entenda o caso
O Conselho de Ética Dois analisa pedidos de investigação contra Luiz Argôlo apresentados pelo PPS e pela Mesa Diretora da Câmara, ambos com base em reportagens da revista Veja e do jornal Folha de S.Paulo que citam mensagens trocadas entre o doleiro e o deputado sobre a transferência de R$ 120 mil para a conta do chefe de gabinete do parlamentar, Vanilton Bezerra. De acordo com a Folha, Argôlo também teria recebido do doleiro dois caminhões de gado. Em depoimento, na semana passada, Bezerra negou ter recebido dinheiro.
Luiz Argôlo já apresentou ao Conselho duas defesas preliminares - uma para cada representação. Segundo o relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), os documentos tratam de questões como nulidades, prazos e ilegalidades de provas, sem entar no mérito das acusações.
O parlamentar ainda deverá ser ouvido pelo Conselho após os depoimentos das testemunhas listadas pela defesa e pelo relator. Marcos Rogério espera apresentar seu parecer na primeira semana de setembro.