Os investigados na 14ª fase da Operação Lava Jato, com prisão temporária, tiveram o depoimento adiado para esta segunda-feira (23). Segundo a Polícia Federal (PF), delegados e agentes que haviam viajado para cumprir os mandados de busca e de apreensão não conseguiram retornar a Curitiba. Algumas diligências em São Paulo terminaram apenas no fim da noite de sexta-feira (19).
Originalmente, os investigados com prisão temporária decretada seriam ouvidos neste sábado (20) pelos delegados da PF encarregados das investigações. Já os depoimentos dos investigados com prisão preventiva estão mantidos para o decorrer da próxima semana.
Na manhã de sábado, todos os 12 empresários presos nessa fase da Lava Jato fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. Eles permaneceram por cerca de seis horas no IML e retornaram para a carceragem da Superintendência da PF na capital paranaense.
De acordo com a Justiça Federal no Paraná, já foram apresentados pelos advogados dos presos vários pedidos de habeas corpus. O presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, e o diretor-executivo da empresa, Elton Negrão, apresentaram pedidos de habeas corpus ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A concessão ou não da liberdade será analisada pelo relator do caso no tribunal, desembargador João Pedro Gebran Neto. Não há previsão de quando o magistrado apreciará os pedidos.
Os dois executivos da Andrade Gutierrez foram os primeiros dos 12 presos da 14ª fase da Operação Lava Jato a solicitarem o habeas corpus ao TRF-4. Eles estão presos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para onde foram levados na noite de sexta-feira.
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As investigações que resultaram na 14ª fase da Operação Lava Jato revelam que as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras. Os presidentes das duas construtoras, Marcelo Odebrecht e Otávio Marques Azevedo, foram presos.
Estão em prisão temporária Alexandrino de Salles e Cristiana Maria da Silva Jorge, da Odebrecht; e Antônio Pedro Campelo de Souza e Flávio Lucio Magalhães, da Andrade Gutierrez. O prazo das prisões temporárias acaba na terça-feira (23), mas pode ser prorrogado por cinco dias.
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