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'The Guardian': Resíduos de mineração ainda atingem costa brasileira, duas semanas após tragédia

50 milhões de metros cúbicos de resíduos de mineração circulam pelo  Rio Doce

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Matéria publicada nesta terça-feira (24) pelo The Guardin, por Bruce Douglas, fala que uma enorme nuvem marrom de lama e resíduos de minérios se espalhou ao longo da costa do estado do Espírito Santo na segunda-feira (23),  mais de duas semanas após o rompimento de uma barreira próxima de uma mina de mineradora de ferro. De acordo com projeções do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, a estimativa é de que o mar de lama e resíduos tóxicos se espalhe por 9 km daquele trecho do litoral, ameaçando a reserva natural de Comboios, um dos únicos locais próprios para o processo de nidação da tartaruga de couro, que está em extinção. "Eu não sei o que dizer. É horrível, uma calamidade ", disse à imprensa Joca Thome, o coordenador nacional da organização de conservação marinha do projeto Tamar, depois de voar sobre a área.

A reportagem conta que cerca de 50 milhões de metros cúbicos de resíduos de mineração circulam pelo  Rio Doce, desde o acidente na barragem de Fundão, controlada pela mineradora Samarco, em 5 de Novembro. Doze pessoas foram mortas e outras 11 ainda estão desaparecidas, decorrente do mar de lamas que atingiu várias comunidades no estado de Minas Gerais, antes de fazer seu caminho para o Rio Doce. A lama foi extinguindo grandes quantidades de vida vegetal e animal em um trecho de 650 quilômetros do rio, e reduzindo drasticamente os níveis de oxigênio da água. A preocupação com toxinas residuais da mineração levou a Agência Nacional de Águas, ANA, a proibir o uso da água do rio para consumo humano. Centenas de milhares de residentes da região se encontram dependentes do abastecimento de água engarrafada.