Aeronautas e aeroviários representados pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (Fentac) realizaram uma paralisação nacional no início da manhã desta quarta-feira (3), das 6h às 8h, nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Galeão, Viracopos, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.
A paralisação inclui os aeroviários, que fazem atividades de check-in e despacho de bagagens, e os aeronautas, que são os pilotos e comissários de bordo.
Empresas aéreas anunciaram que vão liberar a remarcação de passagens e o reembolso integral de bilhetes. Em uma empresa aérea, a paralisação havia afetado 12 voos da companhia até as 6h30.
Em assembleias realizadas na sexta-feira (29), as categorias rejeitaram a proposta das empresas aéreas, que previa pagamentos parcelados por faixas salariais e não retroativos à data-base, de 1º de dezembro, de acordo com a Fentac.
A Fentac destacou, em nota, que a última proposta das empresas previa duas possibilidades de reajuste para todos os aeronautas e para os aeroviários que ganham entre R$ 1,5 mil e R$ 10 mil: 5,5% em junho de 2016 e 5,5% em setembro; ou 3% em fevereiro e 8% em setembro. Já para aqueles que ganham até R$ 1,5 mil, a proposta era parcelar o reajuste em 5,5% em fevereiro e 5,5% em junho.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 11% nos salários e benefícios, retroativo à data-base, para a recomposição das perdas inflacionárias. “A greve é o último recurso que temos para expressar às empresas que elas precisam valorizar e reconhecer o trabalho dos profissionais da aviação que são responsáveis pela segurança nos voos e pelo ótimo desempenho do setor”, disse o presidente da Fentac, Sergio Dias.
De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), foram feitas seis propostas desde outubro do ano passado, que “buscavam atender às condições pedidas pelas entidades sindicais, mesmo em momento de retração econômica, queda significativa da demanda no transporte aéreo doméstico e forte aumento de custos de operação”. A entidade informou que estão sendo adotadas medidas de contingência para minimizar o impacto das paralisações na operação aérea.
A primeira tentativa de negociação, segundo o sindicato empresarial, contemplava a garantia de emprego para os trabalhadores da aviação. Na última proposta, foi oferecido reajuste salarial que recompõe o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de forma parcelada. A proposta também previa reajuste de 11% retroativo à data-base nos benefícios como vale-alimentação, vale-refeição, seguro de vida e diárias nacionais.
O Tribunal Superior do Trabalho determinou que 80% dos trabalhadores do setor aéreo mantenham suas atividades a partir de amanhã e durante o período de carnaval. Em caso de descumprimento da ordem, a multa diária será de R$ 100 mil.