Um comunicado da Agência Brasileira de Inteligência publicado nesta sexta-feira (8) no Facebook vem gerando polêmica e repercussão. Na imagem compartilhada, a Abin pede ajuda para identificar suspeitos de terrorismo.
De acordo com a agência, pessoas suspeitas "utilizam roupas, mochilas e bolsas destoantes das circunstâncias e do clima. Agem de forma estranha e demonstram intenso nervosismo". Ao lado da mensagem, há uma pessoa com o rosto não identificado vestindo um casaco de couro.
Até a tarde desta segunda-feira (11), a publicação já havia sido compartilhada por mais de 7 mil pessoas. A reação da maioria dos internautas, nos mais de 1600 comentários, são de ironia. Muitos questionaram o fato de pessoas com roupas diferentes serem consideradas potenciais terroristas.
O comentário com o maior número de curtidas (eram quase 4 mil até esta tarde) faz uma analogia do perfil de suspeitos descritos pela Abin com políticos em Brasília: "Cuidado ao ver um homem vestindo paletó e se dirigindo ao Congresso Nacional, muitos parecem trabalhadores, mas não se engane com suas bolsas destoantes e intenso nervosismo", escreveu um dos usuários do Facebook.
Outra internauta comentou que descrever a aparência de um terrorista é "ingenuidade". "Céus, que ingenuidade! Um terrorista que se preza tem a aparência que ele quiser, ok? Não é preciso carregar mais tanto material assim para fazer um estrago legal com explosões de minúsculas bombas", observou.
Usuários da rede social também criticaram o preconceito que a Abin pode suscitar em relação a pessoas com transtornos de ansiedade e que, em algumas situações, podem usar roupas mais fechadas como forma de tentar se proteger. Um dos comentaristas respondeu a uma internauta que relatou ter um filho com esses problemas.
"Tenho o mesmo problema de seu filho, além de ser surdo e sempre usar bolsa ou mochila por não poder carregar coisas nas mãos (problema nos nervos dos punhos). Já fui confundido com nóia, com ladrão, com morador de rua, agora a ABIN quer que me confundam com terrorista?", questionou.