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PT deve manter Pimentel como candidato à reeleição em MG

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Apesar das dificuldades enfrentadas pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o PT deverá manter a sua candidatura à reeleição. Nos últimos dias, surgiram especulações de que o partido estaria cogitando lançar ao governo a ex-presidente Dilma Rousseff como saída para evitar um naufrágio do partido no estado. A própria Dilma tomou a frente e fez questão de estancar essa onda, afirmando que seria fake news de quem teme ser derrotado nas urnas como aconteceu em 2014, quando ela se reelegeu e Pimentel venceu para o Palácio Tiradentes. A petistas próximos, a ex-presidente reafirmou que seu nome está colocado para o Senado e que em hipótese alguma concordaria com essa estratégia.

Aliados do governador Pimentel admitem que o momento não é muito favorável, principalmente pelas dificuldades financeiras e o boicote de verbas imposto pelo governo Temer. Fora isso, o vice-governador Toninho Andrade (MDB) rompeu com Pimentel e o maior aliado do petista no MDB, o presidente da Assembleia Legislativa, Adalcléver Lopes, sucumbiu às pressões da direção nacional do partido, colocando seu nome para disputar o Palácio Tiradentes. Pimentel ainda vive sob ameaça de um processo de impeachment, está sendo investigado sob suspeita de caixa 2 na campanha eleitoral de 2014 e responde a outro processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado de corrupção passiva.

Para o deputado estadual Rogério Correia (PT), esse cenário, no entanto, não impedirá o partido de fazer uma campanha politizada e mostrar aos mineiros os danos da gestão tucana e também a agenda recessiva do governo federal. “Vamos superar e realizar uma campanha politizada e com temas nacionais”, disse. Correia diz ainda que a candidatura de Dilma ao Senado só ajudará a puxar votos para a campanha de Pimentel. “Está ficando cada vez mais claro para a sociedade brasileira que ela realmente foi vítima de um golpe, e porque o golpe continua com essa agenda negativa”, acrescenta o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG).

“Nós herdamos um estado falido e quebrado, o choque de gestão (do governo federal) queimou as políticas públicas, os canais de implementações de obras e ações no estado. Temos enfrentado um cerco do governo federal porque Minas é o estado mais importante que a esquerda conquistou. Sou totalmente solidário ao governador”, afirma Patrus. 

A divulgação de uma foto, ontem, registrando o encontro entre Aécio Neves, Michel Temer e o deputado Rodrigo Maia (DEM) movimentou os petistas. Rogerio Correia diz que “boa coisa não pode ser” e que “para Minas Gerais, sobrou o boicote de verbas e a política do quanto pior melhor, exigência de Anastasia para tentar voltar”.

Sobre o receio dos petistas em relação ao desempenho de Pimentel, Patrus enfatiza que esse não é o momento de o PT se dividir. “Nós aprendemos com as nossas diferenças que toda vez que o PT vai unido a gente consegue ampliar as alianças políticas e envolver os movimentos sociais. E sempre que a gente se divide, o resultado é ruim. Temos de buscar unidade. E a unidade em Minas é em torno da candidatura da ex-presidenta ao Senado e da reeleição do governador”.

Sobre uma possível ameaça da candidatura do senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo mineiro, os petistas afirmam que a rejeição aos tucanos mineiros é alta. “O povo de Minas já vinha desconfiando, tanto que Aécio perdeu a eleição (para presidente)no estado em 2014. As pessoas já estavam sentindo esse engodo. Nós falamos aqui em Minas que quem conhece não vota”, afirma Patrus. “Está ficando cada vez mais claro, além dos procedimentos não muito edificantes da parte dele, do ponto de vista da ética na política, e também o legado que os tucanos deixaram, é muito ruim”, completa.