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Bolsonaristas são os que mais aprovam deputados e senadores, diz Datafolha

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil -
Plenário da Câmara dos Deputados
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Apenas 14% da população consideram ótimo ou bom o trabalho dos atuais 594 deputados federais e senadores, de acordo com pesquisa do Datafolha. O índice, porém, dobra entre os eleitores fiéis de Jair Bolsonaro.

O levantamento do instituto, feito no início deste mês, mostra que entre aqueles que declararam sempre confiar no presidente da República, a aprovação dos congressistas chega a 29%. Entre os que consideram seu governo ótimo ou bom, observa-se cenário similar, 26% avalizam a atuação dos parlamentares.

Já na média da população brasileira, a rejeição ao atual desempenho da Câmara dos Deputados e do Senado é de 45%, aumento de dez pontos percentuais em relação a agosto. Entre os bolsonaristas, é de apenas 32%.

As quatro pesquisas do instituto realizadas neste ano mostram uma curva negativa da avaliação, na média geral, mantendo a tendência histórica de descrédito popular em relação ao desempenho legislativo.

No sentido contrário ao dos bolsonaristas, aqueles eleitores identificados com o PT, o maior partido de oposição, são mais críticos do que a média geral em relação aos parlamentares —50% de rejeição e 12% de aprovação.

O Congresso que tomou posse em fevereiro teve como principal medida aprovada neste ano a reforma do sistema de Previdência, medida defendida pelo governo Bolsonaro e seus apoiadores, e criticada pela oposição.

A Casa também passou por uma significativa reformulação após as eleições, elevando a representação de militares e líderes evangélicos, que estão no núcleo da base de apoio bolsonarista.

Cumprindo uma promessa de campanha, Bolsonaro alterou a forma de relação entre governo e Congresso. De início, tentou negociar com frentes parlamentares, como a evangélica e a ruralista, em vez de partidos, mas o modelo enfrenta dificuldades.

A deficiência na articulação política levou a Câmara e o Senado a assumirem um papel de protagonismo na condução da reforma da Previdência e de outras medidas na área da economia, além de servirem como anteparo a ações consideradas mais radicais no campo dos costumes.

O Datafolha ouviu 2.948 pessoas em todo o Brasil, nos dias 5 e 6 de dezembro, com margem de erro máxima para o total da amostra de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. (Ranier Bragon/FolhaPress)