O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos contra a disseminação do novo coronavírus no Brasil “sufocaram” a economia do país.
Em frente ao Palácio da Alvorada, onde cumpre quarentena por ter sido diagnosticado com a Covid-19, o presidente falou informalmente a apoiadores, após breve cerimônia para hastear a bandeira nacional. As declarações foram transmitidas pela página oficial de Bolsonaro no Facebook.
“Em um país continental como o nosso, aplicaram o lockdown quase que instantaneamente, sufocaram a economia no Brasil e vão querer botar a culpa em mim?”, questionou.
Segundo ele, não faltaram recursos por parte do governo federal, nem medidas para rolar dívidas dos Estados.
“Fizemos de tudo, mas a economia tem que voltar a funcionar”, defendeu.
Bolsonaro disse que ninguém morreu por falta de aparelhos respiradores durante a pandemia, porém ressaltou que “sem salário, sem emprego, você morre de fome”.
Ainda de acordo com o presidente, o isolamento domiciliar também pode desencadear morte por outras causas.
“Brasil fica só falando de vida, de vida, isolamento mata”, afirmou o presidente, acrescentando que aumentaram os casos de violência doméstica, suicídio e depressão na quarentena.
Sobre seu tratamento contra a Covid-19 à base de hidroxicloroquina, Bolsonaro disse que é a “prova viva” do funcionamento da medicação.
“Não existe comprovação científica que não seja eficaz, mas também não existe o contrário, de que não funciona”, explicou.
MILITARES NA SAÚDE
Neste sábado, Bolsonaro também voltou a defender a atuação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e minimizou novamente a presença de militares na pasta.
“Ele (Pazzuelo) faz um trabalho excepcional de gestão”, ressaltou o presidente.
Nesta semana, Bolsonaro confirmou que o general permanecerá na pasta até o momento, mesmo em meio a críticas, e chegou a dizer que Pazuello era “predestinado” para contribuir com a pátria em momentos difíceis, como o da atual pandemia.
Quanto aos militares no Ministério da Saúde, ele reafirmou que a pasta conta com mais de 5 mil servidores de carreira e o general levou somente 15 militares.(Com agência Reuters)