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Estado tem nova fila para transplante de fígado

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JB Online

RIO - A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) apresentou nesta terça-feira, o resultado do recadastramento da fila de espera por um transplante de fígado no Rio de Janeiro. O trabalho começou no dia 1º de agosto, quando havia 1.057 pacientes na lista, em sua grande maioria atendidos pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Fundão) e pelo Hospital Geral de Bonsucesso.

Desde aquela data, a Sesdec, por meio da Central de Transplantes do Rio de Janeiro, vem chamando os pacientes para a realização de exames de sangue, a fim de atualizar a pontuação de cada um na escala Meld, que determina a gravidade do caso e, conseqüentemente, o lugar de cada um na fila de espera. Dos 1.057 pacientes, 522 foram agendados e, destes, 475 fizeram a coleta de sangue nas Unidades de Pronto-Atendimento. Cinco pacientes, por não terem condições de comparecer a uma UPA, receberam o serviço em casa. Os restantes tiveram os exames agendados, mas não compareceram na data prevista.

Da lista inicial, 212 pacientes não foram encontrados pela Central, nem pelo número de telefone nem pelo endereço. Neste caso, foram enviados ofícios para as equipes dos hospitais que são as responsáveis pelo fornecimento de informações sobre seus pacientes para confirmarem os dados fornecidos. Até que sejam localizados, esses pacientes ficarão no fim da lista, como semi-ativos.

O número de pacientes mortos que ainda estavam com seus nomes na lista chega a 117, mas esses óbitos ainda precisam ser confirmados oficialmente pelas equipes transplantadoras dos hospitais. Ao fim do processo, a expectativa é de que o número de pacientes ativos na fila fique em torno de 650.

A partir desta terça-feira, cada paciente à espera de um transplante de fígado no estado poderá ver sua posição na fila pela internet. Basta entrar no site https://snt.datasus.gov.br/SNT/relatorios/prontuarioPaciente.jsf, digitar o número do seu Registro Geral do Cadastro Técnico (RGCT) - obtido no ato da inscrição do paciente na fila de transplantes e confirmar as informações. Ele verá, então, um prontuário com todos os dados relativos a seu caso: número na fila, diagnóstico, data dos últimos exames realizados e prazo para refazê-los, pontuação na escala Meld etc.

Até então, os pacientes para transplante de fígado no estado não tinham esses dados disponíveis na internet. Contavam somente com as informações fornecidas pelas equipes dos hospitais e pela Central de Transplantes do Estado. O novo sistema dará mais transparência e credibilidade ao processo, diminuindo o risco de fraudes e possibilitando aos usuários acompanhar on line a movimentação da fila.

Segundo a superintendente de Atenção Especializada da Sesdec, Hellen Miyamoto, a idéia não é apenas dar transparência ao recadastramento, mas permitir que o paciente possa acompanhar a evolução de seu prontuário na internet. Para ela, a transparência é essencial no processo de distribuição de órgãos. Esperamos ter nos pacientes parceiros para que essa lista seja o mais atualizada possível.

Hellen acrescentou que, até o fim do ano, a Sesdec fará o recadastramento dos pacientes na fila de espera por outros órgãos. A próxima lista será a de rim e, em seguida, a de córneas. Assim como ocorreu com o fígado, esses pacientes também poderão ver sua situação pela internet.

Para os pacientes da fila de fígado que não têm internet, a Central de Transplantes do Rio de Janeiro terá um computador para consulta. Os que não sabem qual o seu RGCT poderão obter essa informação pelo telefone 0800-285-7557, da própria central.

Ainda com o objetivo de tornar mais transparente o processo de transplantes no Rio de Janeiro, o secretário Sérgio Côrtes está lançando uma resolução que deverá ser publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira que cria a Comissão Técnica de Acompanhamento dos Transplantes no Estado do Rio de Janeiro. O grupo será formado por representantes da Sesdec, da Central de Transplantes, do Conselho Estadual de Saúde, das Câmaras Técnicas e das associações de pacientes de transplantes.

A Comissão terá caráter consultivo sobre a política estadual de transplantes, acompanhando as ações relativas ao assunto no Estado do Rio de Janeiro.