Mais de 500 profissionais da Educação se reuniram, hoje, no 3º Fórum de Educação em Prisões. Diretores, professores, coordenadores pedagógicos, servidores da Secretarias de Educação e de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro, discutiram as perspectivas de expansão do ensino nas unidades prisionais. O evento ocorreu no Centro de Convenções Sulamérica, Centro do Rio. A secretária de Estado de Educação, Tereza Porto, reconheceu que desde a criação da Coordenadoria de Especial de Unidades Escolares Prisionais e Socioeducativas (Coesp), o número de alunos em prisões praticamente triplicou. - Hoje temos cerca de 6.400 alunos sendo bem atendidos, em 15 escolas na Seap e cinco no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), com um conjunto de professores motivados, interessados, responsáveis, e que fazem que a educação de qualidade que a gente sonha se torne uma realidade. Não existe diferença das nossas unidades prisionais para as escolas que temos do lado de fora, em relação a resultados pedagógicos. O tratamento ao aluno é igual, o laboratório de informática é o mesmo, e a infraestrutura também. A ação de todos que estão aqui hoje fez toda a diferença para o sucesso deste trabalho. O Coronel César Rubens Monteiro de Carvalho, Secretário de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro, lembrou da importância da educação no sistema prisional para a ressocialização nos presídios e elogiou o comprometimento dos educadores. - Se ser professor já é um grande desafio, e um grande sacerdócio, no sistema prisional isso se multiplica de forma gigantesca. Autoridades da esfera federal, como o consultor do projeto Educação em Prisões do Ministério da Justiça, Guilherme Leonardi, e o Diretor de Políticas Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), André Luiz de Almeida, trouxeram suas experiências e participaram da mesa de discussão sobre Políticas Públicas, junto ao Subsecretário de Tratamento Penitenciário da Seap, Marcos Lips. Palestrantes de outros estados, como a Professora Beatris Clair, Coordenadora da Educação em Prisões de Santa Catarina, e Alexandre Aguar, Doutorando em Educação pela UFMG, Minas Gerais, vieram mostrar a realidade em suas regiões e conhecer o trabalho que está sendo realizado no Rio de Janeiro. Segundo Mariângela Netto, Coordenadora da Coesp, os alunos em privação de liberdade têm uma peculiaridade. - Apesar de terem o direito à educação, o estudo é facultativo. O nosso aluno na Seap quer realmente estudar, e acredita na inserção dele na sociedade através da educação. Temos orgulho em dizer que hoje atendemos cerca de 20% da população carcerária do Rio de Janeiro, mas acreditamos que vamos atender a muitos mais. Na parte externa do Salão de Convenções, uma exposição dos alunos enfeitava os corredores – trabalhos manuais, pinturas, desenhos e dobraduras, entre outros. A Educação Artística é incentivada como uma das mais importantes atividades nas escolas prisionais, e são aplicadas desde a alfabetização até o último ano do Ensino Médio. - Há parceria com algumas associações, que fornecem os materiais e vendem as peças. O pagamento dos alunos é entregue às suas famílias, disse Mariângela. No final do evento, ainda houve sorteios de livros entre o público, e todos receberam um Certificado de Participação expedido pela Seeduc.