Policiais rodoviários federais no Rio de Janeiro com funções de chefia realizam um ato de protesto simbólico, na manhã desta terça-feira, colocando os cargos à disposição.
Segundo o vice-presidente do sindicato que representa os servidores no Estado, Ranier de Almeida, a atitude dos chefes serve para mostrar a união da categoria no movimento grevista, iniciado na segunda-feira e que deve seguir até sexta-feira.
De acordo com o sindicato, a PRF está trabalhando com o mínimo de 30% do efetivo, apenas para atendimento das demandas operacionais. Para esta terça-feira, não estão agendadas passeatas ou operações-padrão no Rio de Janeiro. Os policiais cobram melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.
Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.
No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.