O governo do estado do Rio de Janeiro informou que até 14 de junho deste ano a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) recebeu R$ 79,1 milhões para custeio e, no período, recebeu repasses de R$ 273,5 milhões para pagamento de pessoal da instituição.
Ainda de acordo com o governo estadual, o orçamento de 2016, incluindo pessoal e custeio, é de R$ 1,1 bilhão e, mesmo com a crise financeira, 32% desse total foram repassados em cerca de cinco meses.
Durante uma reunião na quinta-feira (7) com representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do comando de greve estudantil, na sala de reuniões da reitoria, o reitor Ruy Garcia Marques apresentou a situação financeira da universidade. Ele informou que a dívida da universidade ultrapassou R$ 150 milhões e, com exceção do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), não houve em 2016 liberação de verba específica para pagamento de compromissos financeiros com empresas prestadoras de serviços terceirizados.
Restaurante
No encontro, o reitor também revelou que há uma empresa habilitada para a volta das atividades do restaurante universitário e que a instituição trabalha para acelerar o processo burocrático e poder reabrir o serviço o mais rápido possível.
O governo do estado informou ainda que tem se empenhado para realizar o pagamento dos salários dos servidores e acrescentou que os professores da Uerj têm sido valorizados. Disse que, entre janeiro de 2010 e janeiro deste ano, eles tiveram reajuste de até 103,78% (pesquisador docente adjunto).
No mesmo período, segundo o governo estadual, o auxílio-alimentação e a insalubridade também foram reajustados e foi criado o regime de dedicação exclusiva, que equivale a 65% do vencimento base dos professores.
A presidente da Associação dos Docentes da Uerj, Lia Rocha, afirmou que os dados do governo estadual são referentes ao ano passado e que, para conquistar a dedicação exclusiva, os professores fizeram uma greve em 2008.
O pagamento, segundo ela, só começou a ser feito em 2013, quando fizeram uma outra paralisação e receberam o percentual de 25%, que foi sendo ampliado até chegar aos 65% em 2015. Além disso, de acordo com a dirigente, quando o Executivo fluminense informa que houve o reajuste para a categoria está incluindo o que é pago com a dedicação exclusiva.
“A gente está fazendo uma terceira greve para que a dedicação exclusiva seja implementada como é em outros lugares. Ela entrou no plano de carreira em 2008, mas não foi implementada. Só foi em 2012 e quem se aposenta perde. A gente recebeu primeiro 25% em 2013, depois subiu para 45% em 2014 e completou 65% em 2015”, concluiu Lia Rocha.