A vereadora do Psol Marielle Franco, de 38 anos, foi morta a tiros na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, região central do Rio, na noite desta quarta-feira (14). Policiais do 4° BPM (São Cristóvão) informaram que ela foi baleada junto com o motorista, Anderson Pedro Gomes, de 36 anos, dentro de um carro. Ele também morreu. A assessora Fernanda Chaves foi atingida por estilhaços e levada ferida para o Hospital Souza Aguiar, sem risco de morte.
De acordo com as primeiras informações, bandidos em um carro teriam emparelhado ao lado do veículo, disparado e fugido em seguida. As características da ação apontam para uma execução. Marielle deixa uma filha de 19 anos.
O ataque à vereadora aconteceu na Rua Joaquim Palhares. Ela voltava de um evento chamado "Jovens Negras Movendo as Estruturas", na Rua dos Inválidos, na Lapa. Uma ambulância do quartel central do Corpo de Bombeiros foi acionada para o local e constatou a morte da parlamentar e do motorista. A vereadora estava indo para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio. A Delegacia de Homicídios fez a perícia no carro da vereadora, atingido por vários tiros, e está investigando o caso.
Em nota, a Executiva Nacional do PSOL manifestou pesar pelo assassinato da vereadora e destacou sua atuação política. “A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta”, diz um trecho. O partido também exigiu apuração “imediata e rigorosa” sobre as circunstâncias do crime. O deputado estadual pelo Psol Marcelo Freixo destacou que Marielle não vinha recebendo ameaças. Ele reforçou que o partido cobrará rigor na apuração do assassinato.
Há duas semanas, Marielle havia assumido relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ela vinha se posicionando publicamente contra a medida.
A parlamentar também chegou a denunciar, em suas redes sociais, no fim de semana, uma ação de policiais militares na favela do Acari. “O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. (…) Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu.
A PMERJ confirmou a operação e argumentou que criminosos atiraram contra os policiais e houve confronto. Durante vasculhamento na comunidade, dois homens foram presos e houve apreensão de um fuzil calibre 7,62 mm e oito rádios comunicadores, segundo nota da corporação.
Trajetória
Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar. Oriunda da favela da Maré, zona norte do Rio, Marielle tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública e militava no tema de direitos humanos.
Prefeito
O prefeito Marcelo Crivella se manifestou sobre a morte da vereadora Marielle Franco. "É com profundo pesar que lamentamos o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, cuja honradez, bravura e espírito público representavam, com grandeza inigualável, as virtudes da mulher carioca. Sua trajetória exemplar de superação continuará a brilhar como uma estrela de esperança para todos que, inconformados, lutam por um Rio culto, poderoso, rico, mas, sobretudo, justo e humano. Em cada lar uma prece, em cada olhar uma lágrima e em cada coração um voto de tristeza, dor e saudade. É assim que hoje anoitece a cidade desolada e amargurada pela perda de sua filha inesquecível e inigualável. Que Deus a tenha!”
Com Agência Brasil