São Jorge, é Ogum, na Umbanda: santo guerreiro, santo e mártir para a Igreja Católica. E feriado carioca.
São Jorge nasceu na Capadócia -- hoje um sofisticado balneário na Turquia -- no ano de 280. Vinte anos depois, mudou-se com a mãe (viúva) para a Palestina, vindo a ingressar no exército do imperador romano Diocleciano, que gostava dele e o promoveu a conde.
Mas Diocleciano começou a implacável perseguição aos cristãos e Jorge se opôs a ele e à corte, defendendo cada vez mais a sua fé em Cristo. O imperador, então, condenou-o às mais terríveis torturas. Mas Jorge consegiu sobreviver às lanças dos soldados, permaneceu firme sob o peso de uma imensa pedra e "fez o milagre" de resistir às navalhadas que recebeu, assim como ao calor de uma fornalha de cal. O imperador, enlouquecido de ódio, mandou então decapitá-lo em 23 de abril do ano 303 da nossa era.
Morreu “o corpo” e nasceu a lenda.
O culto a São Jorge se espalhou pelo Ocidente e pelo Oriente. Ele tem uma multidão de devotos em diversos países. São Jorge é o santo patrono da Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião). Além de ser padroeiro dos escoteiros... e do Corinthians!
Sua figura demonstra garra, força e luta
Tornou-se o padroeiro da guerra e da tecnologia, simbolizando todo aquele que trabalha nas linhas de frente, abrindo novos caminhos e alargando fronteiras. Mas, ao mesmo tempo, protege os filhos e guarda a sua (nossa) casa. E a espada-de-são-jorge? Por causa de suas folhas pontudas é associada ao poder de cortar as energias negativas, a inveja, olho-grande, magia e maus-olhados em geral. Aguns dizem que espanta os maus espíritos, além de atrair coragem e prosperidade. Mas por essa ninguém esperava: existe um vinho (gaúcho) chamado São Jorge. Olhem o rótulo dele aí!
Com todo respeito ao santo, ao chefe dos orixás e aos queridos riograndenses, acho que só mesmo usando a espada dele, depois, para cortar a ressaca...
*Reinaldo Paes Barreto é diretor de relações institucionais do Jornal do Brasil