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A Rendição Alemã: o fim da Segunda Guerra Mundial

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Há 66 anos, em 8 de maio de 1945, o almirante alemão Karl Dönitz comunicou à população ter acabado de assinar, em Berlim, a capitulação do Terceiro Reich. Assim terminava a Segunda Guerra Mundial na Europa, cinco anos e meio após seu início. 

Mas a história, nos bastidores, é um pouco outra, já que o primeiro ato aconteceu, na verdade, um dia antes, em Reims, na França. Ou seja, o primeiro documento de rendição (Act of Military Surrender) foi assinado pelo general também alemão Alfred Jodl, chefe do Estado-Maior da Wehrmacht, em 7 de maio de 1945, no quartel-general americano de Reims (leste da França).

Do lado dos vencedores, a ata foi rubricada pelo general Walter Bodell-Smith, chefe do Estado-Maior do general Dwight Eisenhower, comandante supremo das Forças Aliados, pelo general soviético Ivan Susloparov e pelo general francês François Sevez, chefe do Estado-Maior do general Charles de Gaulle (este assinou-o na qualidade de simples testemunha).

A segunda capitulação -- a histórica -- foi firmada em 8 de maio, em Karlshorstla, na periferia de Berlim, na Escola de Engenharia Militar da Wehrmacht, onde tinha sido instalado o QG das forças soviéticas.

Esta cerimônia, exigida pelo líder soviético Joseph Stalin e presidida pelo marechal Georgi Yukov, começou em 8 de maio quase à meia-noite (ou seja, já era dia 9 de maio, em Moscou, devido à diferença de fuso), mas terminou em 9 de maio à 00h45. Este documento -- definitivo da capitulação da Alemanha nazista -- foi assinado pelo marechal Yukov, pelo o marechal britânico Arthur William Tedder, em nome do comandante supremo do Corpo Expedicionário Aliado na Europa, e, como testemunhas, pelo general francês De Lattre de Tassigny e pelo general norte-americano Carl Spaatz.

O texto - bastante similar ao documento firmado em Reims - indicava que a Alemanha seria "completamente desarmada", que os navios e equipamentos militares não deviam ser destruídos e, finalmente, precisava que a ata tinha sido redigida em inglês, russo e alemão, mas que apenas os textos em inglês e russo deveriam ser considerados autênticos.

Em Londres, em 7 de maio, o então primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, se preparava para proclamar o fim da guerra na Europa, após a assinatura da capitulação alemã de Reims. Seu discurso estava pronto e ele falaria às 15h, pela BBC, e depois às 18h. Nada aconteceu.

Essa demora, de acordo com os arquivos da BBC, obedeceu aos esforços do general Eisenhower para retardar o anúncio oficial, a fim de "implementar uma declaração simultânea em Londres, Washington e Moscou".

Finalmente, em 8 de maio de 1945, às 15h, Churchill anunciou a capitulação alemã, pela BBC. Seu discurso foi lido ao vivo de sua residência oficial, situada no número 10 de Downing Street. Churchill deixa residência a caminho do Parlamento britânico.  

Churchill acabou escolhendo o mesmo lugar simbólico, onde em 3 de setembro de 1939, após a invasão da Polônia, seu predecessor Neville Chamberlain anunciou a declaração de guerra à Alemanha nazista.

Ao terminar sua mensagem, Churchill apareceu em público para saudar a imensa multidão em delírio que festejava o fim da guerra. Disse, sobriamente: essa vitória é de vocês. God bless you all! 

Inglês é assim. Só fala (muito) quando precisa.