Com o aumento do poder aquisitivo das famílias, aumenta a cada ano o número de brasileiros que procuram cursar graduação em universidades estrangeiras. No âmbito oficial, o governo passou a enfatizar a concessão de bolsas de estudos para cursos de graduação com o programa Ciência sem Fronteiras. Lançado em 2011, o incentivo prevê, ao longo de quatro anos, a oferta de 100 mil bolsas de estudos no exterior. O objetivo é elevar a capacidade científica brasileira e a competitividade do país frente aos concorrentes globais, pela inovação.
O real valorizado e a crise econômica em países desenvolvidos também têm criado condições mais favoráveis para que as famílias enviem seus filhos para estudar fora. Os custos da educação no exterior se tornaram mais atrativos, e jovens que não conseguem vaga em universidades públicas brasileiras consideram obter qualificação no exterior, já que as despesas, muitas vezes, se aproximam das anuidades cobradas por instituições particulares de ponta no Brasil.
Os Estados Unidos são o principal destino dos estudantes – em 2010/2011, 8.777 estudavam naquele país, segundo o Institute of International Education. Pouco se comparado ao contingente de jovens chineses (158 mil), indianos (104 mil) ou coreanos (73 mil). Uma lacuna no incentivo público ainda é a falta de um programa estruturado para desenvolver o talento esportivo dos jovens brasileiros por meio de parcerias com universidades estrangeiras.
A boa notícia é a entrada de empresas privadas nesse mercado, oferecendo a jovens talentosos nos esportes a oportunidade de cursar uma faculdade nos EUA, com bolsa de estudo parcial ou integral. O Collegiate Sports of America, que chega ao Brasil em agosto, é um exemplo disso. A empresa, uma das maiores e mais tradicionais no recrutamento de jovens para bolsas esportivas e acadêmicas, com mais de 30 anos de atuação nos EUA e sete na Venezuela, aposta nessa vontade do brasileiro de obter qualificação no exterior. Nos EUA o mercado de bolsas de estudo já movimenta cerca de US$ 1 bilhão anualmente.
O bom desempenho esportivo em uma das 28 modalidades olímpicas requeridas por universidades americanas pode garantir ao estudante brasileiro qualificação para obter uma bolsa de estudos e um upgrade de valor inestimável em seu currículo.
*Armando Guevara é diretor do Collegiate Sports of America no Brasil.