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'Minha filha nasceu de novo", diz pai de menina que sobreviveu a atentado em Realengo

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No Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, parentes tentam localizar vítimas do ataque de um atirador de 23 anos à Escola Muncipal Tasso da Silveira, localizada no mesmo bairro. Onze crianças, dentre elas 10 meninas e um menino, morreram, e 18 ficaram feridas.

A menina Renata Lima, de 13 anos, foi uma das primeiras a ser atingida por Wellington Menezes de Oliveira. Ela levou um tiro nas costas que saiu pela barriga. O pai da jovem, Milton de Oliveira Rocha, perdeu um filho em 2009, e afirmou que "não conseguiria perder mais um filho de uma maneira tão violenta". Após ser atendida no Hospital Albert Schweitzer, Renata passa bem, e a sensação do pai é de alívio.

"A minha sensação nesse momento é de agradecimento mesmo, agradecimento a Deus em primeiro lugar, e em segundo, a todas as pessoas que ajudaram a socorrer as crianças. Hoje a minha filha nasceu de novo."

Quando Renata foi atingida, tentou fugir para fora da escola. Junto a ela, outras crianças também tentaram escapar do atirador. Fábio Jr., 30 anos, que realiza manutenção em carros, passava na rua da escola quando aconteceram os disparos.

A menina Renata foi uma das que Fábio ajudou a socorrer. Ele ia fazer um exame em uma clínica na rua da escola, quando ouviu crianças gritando, pedindo socorro e foi rapidamente ajudá-las. Fábio levou Renata e outros feridos para o hospital.

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O crime

Um homem armado invadiu nesta manhã a Escola Municipal Tasso da Silveira, na Rua General Bernardino de Matos, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, e iniciou disparos, deixando 11 crianças mortas - sendo dez meninas e um menino - e 18 feridos. Em seguida, ele se matou.

O atirador foi identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, um ex-aluno da escola. Segundo uma médica, ele chegou a mostrar a carteira do colégio. Testemunhas informaram que o homem disse que iria fazer uma palestra. Ele foi para uma sala da oitava série, que fica no primeiro andar, e sem falar nada tirou uma pistola da bolsa e começou a atirar. 

A polícia chegou, e ele tentou subir para o segundo andar. Quando viu que estava cercado, deu um tiro na cabeça. Nenhum funcionário pôde se aproximar.

Os feridos foram levados para dois hospitais da região. Responsáveis pelos alunos afirmaram que o criminoso teria disparado mais de 100 vezes. As crianças da escola disseram que houve um 'grande banho de sangue'.