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Cientistas encontram razão por que ninguém lhes acredita

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Milhares de adeptos das teorias de conspiração têm estado sob vigilância dos psicólogos durante anos. Essas pessoas se recusam a acreditar nos descobrimentos científicos mesmo sem haver quaisquer provas de falsificações ou danos.

Segundo Matthew Hornsey da Universidade de Queensland, Austrália, os psicólogos verificaram não haver grandes diferenças entre os partidários das teorias de conspiração e outras pessoas – eles são tão educadas, interessadas na ciência como os outros.

Entretanto, muitas pessoas razoáveis não acreditam no voo da NASA à Lua, no efeito positivo das vacinas, nas alterações climáticas e em outros fenômenos por necessidade de proteger as convicções e valores pessoais, concluíram os psicólogos em seu relatório apresentado durante uma conferência da Sociedade de Psicologia Pessoal e Social em San Antonio, EUA.

"Como podemos evita-lo e fazer com que as pessoas encarem a ciência com menos crítica? É preciso não simplesmente relatar os fatos, mas expô-los de maneira a que reflitam seus interesses e valores. Por exemplo, para fazer os críticos das alterações climáticas mudar de opinião, é necessário saber com que coisas eles estão  prontos a concordar e usar essas ideias para apresentar os últimos dados sobre o aquecimento global", explicou Matthew Hornsey da Universidade de Queensland, Austrália.

Filtragem moral

Caso tal estratégia não seja usada, o cérebro começa a filtrar os fatos, afastando aqueles de que a pessoa duvida. Em resultado, a pessoa constrói um mundo dos fatos "confortáveis e não contraditórios para ela".

Por outro lado, as pessoas afastam os fatos "irrelevantes" por suspeitarem os cientistas de tentarem minar seus princípios morais, afirma Matthew Hornsey.

Assim, os psicólogos advertem os cientistas: não é possível fazer os céticos mudar de opinião com grandes fluxos de informação, ignorando seus sentimentos e valores.