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'Bloomberg': Mensagens de texto ilegais estão fora do controle em Wall Street

Ex-banqueiro foi multado em UK por compartilhar informações confidenciais no WhatsApp

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Matéria publicada nesta sexta-feira (31) pela Bloomberg aponta que piadas obscenas e GIFs impróprios, fotos de colegas desavisados no pregão, capturas de tela em posições confidenciais de clientes e às vezes, até mesmo informações duvidosas juridicamente estão cada vez mais sendo utilizadas nas novas redes privadas de Wall Street: os serviços de mensagens criptografadas como WhatsApp e Signal.

De acordo com a publicação, traders, banqueiros, gestores de recursos e praticamente todos do mundo das finanças estão adotando esses aplicativos como um meio fácil, e quase indetectável, de contornar as políticas de compliance e de Recursos Humanos e deixar seus chefes no escuro. E isso está acontecendo apesar das iniciativas do setor para reprimir as comunicações não monitoradas, de acordo com conversas com funcionários de mais de uma dúzia das instituições mais famosas de Wall Street.

> > Bloomberg Wall Street’s New Favorite Way to Swap Secrets Is Against the Rules

Nesta mesma semana, Blomberg afirma que um ex-banqueiro do Jefferies Group foi multado no Reino Unido por compartilhar informações confidenciais via WhatsApp.

De diversos modos, esse acontecimento é o reflexo de uma mudança cultural, analisa o noticiário. Tanto nos grandes quanto nos pequenos bancos, mesas de trading desordeiras e o atos de mau comportamento já não são tolerados, pelo menos publicamente. Mas o uso generalizado de apps criptografados também gera um receio mais profundo: a possibilidade de um comportamento imprudente praticamente impossível de policiar e que pode propiciar violações como escândalos em salas de bate-papo envolvendo manipulações da taxa e do câmbio.

“Você pode perfeitamente operar fora do banco”, disse William McGovern, ex-diretor de agência da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) e ex-advogado sênior do Morgan Stanley que atualmente trabalha no escritório de advocacia Kobre & Kim. 

“Observamos em nossas investigações que o terreno está mudando para todos, e as mudanças tecnológicas são responsáveis por boa parte disso.”