É cedo para análises mais rigorosas, mas é impossível não dizer que as duas primeiras atuações de Paulo Henrique Ganso no Fluminense foram decepcionantes. Ele não deu nem sequer um passe à altura do seu reconhecido talento, caminhou preguiçosamente no gramado, como se estivesse disputando uma pelada entre casados e solteiros, e não contribuiu em nada para a equipe comandada por Fernando Diniz na armação ou na marcação. Um zero à esquerda.
Se nem no combalido carioquinha do Rubinho Ganso for capaz de se destacar ficará muito difícil crer que consiga fazer a diferença, como se espera dele, no Brasileiro ou na Copa do Brasil, apesar do indiscutível nivelamento por baixo que grassa no futebol por aqui.
Torço muito para que ele ainda possa mostrar, no Flu, ao menos um pouco da fina arte que exibia, quando surgiu ao lado de Neymar, no Santos. Mas para que isso se torne viável, ele precisará jogar com muito mais vontade do que fez nessas suas duas primeiras aparições sonolentas com a camisa tricolor.
100 vezes Federer
Ao derrotar o jovem grego Stefanos Tsitsipas, que fora o seu algoz no Aberto da Austrália, Roger Federer chegou ao centésimo título no circuito, marca só superada pela do americano Jimmy Connors, estrela dos anos 70 e 80, que possui 109 troféus da ATP.
"Bem-vindo ao clube dos três dígitos em torneios conquistados. Eu andava me sentindo um pouco sozinho e fico feliz de agora ter companhia." - saudou o irreverente Connors, em seu twitter oficial.
Desde o primeiro título, aos 19 anos, em Milan-2001, Federer conquista no mínimo uma taça por temporada. Recordista absoluto em torneios de Grand Slam (20), aos 37 anos, o suíço segue se mostrando capaz de bater até as principais estrelas da nova geração, como Tsitsipas, de apenas 20 anos.
Nem o próprio Roger sabe até quando será capaz de se manter tão competitivo. Os amantes do esporte torcem para que o dia de sua despedida ainda demore muito. É um colírio e uma aula de tênis, de esportividade e de ética, vê-lo em ação.
Sem noção
É inacreditável, surreal mesmo, que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, tenha se licenciado para fazer uma viagem de lazer, exatamente no momento em que o clube vive sob o impacto da maior tragédia de sua história - ao que se sabe, acertou até agora com apenas uma das 13 famílias que precisa indenizar e ainda tem o seu centro de treinamento interditado.
Além disso, o time rubro-negro estreará, na próxima terça-feira, na Libertadores, num jogo pra lá de complicado, na altitude de Oruro, na Bolívia. Sem a presença de seu principal mandatário.
A cada dia, a cada atitude (ou falta dela), Landim reforça, dentro e fora da Gávea, a impressão de que não possui estatura para dirigir o clube. No mínimo, demonstra não ter noção da importância de seu cargo e da liturgia necessária na condução da gigantesca e apaixonada nação que preside.
Comentário irônico repetido por sócios e conselheiros do Fla, nos últimos dias, na Gávea: "Apertem os cintos, o presidente sumiu!".