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Síndrome de enceradeira

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Os pais rubro-negros mereciam bem mais. Diante de um público excelente (mais de 55 mil presentes), o Flamengo venceu, mas não convenceu. Barbieri não poupou ninguém, mas ainda assim seu time penou para derrotar os reservas do Cruzeiro de Mano Menezes que, só na metade do segundo tempo, colocou em campo três titulares: Thiago Neves, Arrascaeta e Robinho. Foi o suficiente para dar sustos no rubro-negro - no maior deles, o goleiro Diego Alves teve que fazer uma defesa dificílima, em dois tempos, depois de que a bola cabeceada por Arrascaeta, chegou a escapar-lhe das mãos e quase transpôs a linha. Toquinhos, toquinhos e mais toquinhos, quase sempre para os lados e para trás. O Flamengo, uma vez mais, usou e abusou da posse de bola, com pouquíssima objetividade. O estilo de seus principais jogadores contribui muito para isso. Diego, Everton Ribeiro e Lucas Paquetá são useiros e vezeiros em prender a bola, rodopiar, buscar a falta e tirar completamente a velocidade do ataque rubro-negro. O trio parece sofrer da síndrome de enceradeira. Roda, roda e roda e não sai do lugar. 

O gol nasceu de um raro momento diferente disso: Everton fez um bom passe vertical para Henrique Dourado que, dentro da área, completou de bico, com a bola ainda batendo nas duas traves, antes de entrar. E foi só. Para garantir a classificação, na próxima quarta-feira, na Copa do Brasil, será preciso jogar bem mais que isso. E com essa bolinha que a equipe de Barbieri está mostrando, depois da Copa, reverter a situação na Libertadores, novamente contra o Cruzeiro, só mesmo com um milagre. 

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Em construção 

Vitinho começou como titular e ainda está, claramente, em fase de adaptação ao time do Flamengo. Tentou algumas arrancadas e chutes, mas precisa de mais tempo para voltar a mostrar aquele bom futebol dos tempos do Botafogo. Demonstra, entretanto, uma grande vantagem: é um jogador que parte para cima, driblando e em velocidade. Não tem o talento de Vinícius Jr., mas pode ajudar a recompor o setor ofensivo pela esquerda, que ainda se ressente muito da saída, para o Real Madrid, de sua maior revelação nos últimos anos. 

Para que isso aconteça, porém, Diego e Lucas Paquetá precisam acioná-lo mais vezes e com maior rapidez. Por enquanto, o esquema privilegia o lado direito, com Everton Ribeiro e o sempre atabalhoado Rodinei. 

Escapou 

Enfrentando o lanterna do campeonato, o Botafogo deixou escapar a vitória no finalzinho. Um castigo para o técnico Zé Ricardo, que estreava no cargo, mas uma boa prévia do sofrimento que o espera daqui pra frente. O Glorioso foi melhor e criou oportunidades suficientes para vencer, mas Pimpão, Valência e Luiz Fernando desperdiçaram todas elas. O gol alvinegro só saiu de um pênalti duvidoso, convertido por Lindoso. 

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Rebaixado

Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro e Corinthians escalaram reservas na rodada do final de semana do Brasileiro. Aquele que foi, durante anos, o principal campeonato do país está relegado, atualmente, ao terceiro plano. Em primeiro, está a Libertadores e em segundo a Copa do Brasil. Ou a CBF mexe no calendário ou a competição ficará cada vez mais desvalorizada. 

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Nasce uma estrela 

O grego Stefanos Tsitsipas, que lembra muito o nosso Guga, fez um torneio espetacular em Toronto, derrotando quatro “top ten” em sequência (Thiem, Djokovic, Zverev e Anderson), mas, na final, não pode com o número 1 Rafael Nadal. Atropelado no primeiro set (6/2), o jovem ainda se recuperou, no segundo, levando a decisão ao tie-break, mas acabou batido pelo Miúra. Sai do Canadá, no entanto, como uma grande promessa do tênis. Será uma atração à parte no US Open. 

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Nick Vigarista 

A inesperada saída de Daniel Ricciardo da Red Bull para a Renault poderia ter aberto uma vaga para Fernando Alonso nos Reds. Poderia. Perguntado a respeito, o chefão da escuderia, Christian Horner, foi enfático na negativa: 

- Tenho grande respeito por Fernando, que considero um piloto fantástico, mas não pensamos na sua contratação porque ele tende a criar um certo caos em todos os lugares que vai.

De férias, Alonso respondeu com ironia, em seu Instagram: 

- Definitivamente, uma das melhores coisas de todos os tempos: o hit do verão! – postou, colocando uma série de carinhas chorando de rir, em volta. 

Num carro da Red Bull, o espanhol teria possibilidades de voltar a sonhar com vitórias. Mas, por seu temperamento egocêntrico e narcisista, nenhuma equipe de ponta o quer mais. Lembra alguém? 

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Outro esporte 

Dureza é assistir a Manchester City x Arsenal, pela manhã, e voltar ao futebol brasileiro, à tarde. É outro esporte. As equipes inglesas usam e abusam das triangulações e jogadas de linha de fundo, quase sempre com passes rasteiros. Aqui, toma de chuveirinho... É impressionante, como a situação se inverteu. Em tempos idos, era exatamente o contrário.