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Fecombustíveis lança relatório 2016 de revenda de combustíveis

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A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), representante de aproximadamente 40 mil postos revendedores de combustíveis em todo o País, realizou dia 23 de junho o lançamento do Relatório Anual de Revenda de Combustíveis, edição 2016, na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro.

A cerimônia contou com muitos empresários e lideranças sindicais do segmento. Presente ao encontro, o consultor Econômico da Confederação e ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas falou sobre o cenário do País.

“O contexto é muito difícil”, disse, destacando que a previsão da CNC para o desempenho do PIB, este ano, é de queda de 3,5%. A projeção anterior da entidade era de 3,9% e, ano passado, o PIB registrou recuo de 3,8%, o maior desde o início da série histórica atual, iniciada em 1996, na série sem ajuste sazonal. “Devemos repetir os resultados ruins de 2015. Se houver melhoria, será ligeira. Todos os entes da Federação estão em grande dificuldade”, destacou o ex-ministro, para falar da situação de alguns Estados brasileiros, como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul.

Para Galvêas, é preciso que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário se comuniquem mais; além disso, um corte nas despesas do governo reforçaria a esperança de uma retomada. “Sem uma mudança de comportamento por parte da administração pública, será impossível sair da crise”, disse.

Gil Siuffo, presidente de honra da Fecombustíveis e vice-presidente da CNC, falou de vários aspectos que impactam a atividade de comercialização de combustíveis e lubrificantes no País, como a preocupação com as questões ambientais e de mão de obra. “Sem o frentista, por exemplo, o consumidor fica exposto a um produto tóxico”, disse Siuffo, ao falar da presença de profissionais qualificados para atendimento nos postos de gasolina.

Atuação de qualidade é preocupação do setor

Dados do Relatório 2016 e as dificuldades enfrentadas para poder atuar no mercado com competitividade e qualidade foram os temas abordados por Paulo Miranda, presidente da Fecombustíveis. “Nosso setor não está sofrendo tanto quanto setores como o da indústria automobilística por exemplo, sobretudo os fabricantes de caminhões, mas temos dificuldades também. Somos um setor extremamente fiscalizado, e nossa margem de comercialização bruta é de 14% em média”, disse Miranda, citando o Projeto de Lei nº 6.728/13, que prevê descontos no combustível para caminhoneiros autônomos e taxistas.

De acordo com Miranda, pela primeira vez em dez anos, as vendas totais de combustíveis no País registraram queda de 1,9% em 2015, em relação a 2014, para 141,8 milhões de metros cúbicos. O resultado é reflexo do aprofundamento das crises econômica e política no ano passado, que trouxeram impactos diretos no desempenho de diversos setores da economia, com recuo do PIB de 3,8%. "Apesar da crise, há mais de 42 milhões de automóveis rodando pelo País que precisam abastecer", argumentou Paulo Miranda. O relatório demonstra que as vendas de etanol, em 2015, foram 37,5% maiores que o resultado do ano anterior.

Dados do relatório mostram ainda que a desaceleração na comercialização total de combustíveis não foi tão vertiginosa na comparação com outros setores da economia porque houve uma rápida mudança no comportamento de consumo no País, já que, com o intuito de conter despesas, o consumidor preferiu substituir a gasolina pelo etanol. Com isso, as vendas do biocombustível cresceram 37,5%. O maior consumo também contribuiu para ampliar para 19% a participação de vendas do etanol nos postos de combustíveis em 2015.

Em relação à comercialização de gasolina e de diesel, a participação caiu na comparação com o ano anterior, encerrando 2015 em 45% e 36% do total de vendas nos postos, respectivamente. A queda é justificada pelo impacto da elevação das alíquotas de PIS/Cofins e da volta da cobrança da Cide para os dois combustíveis, além do reajuste de 6% para a gasolina e 4% para o diesel pela Petrobras em suas refinarias.

Maria Aparecida Siuffo Pereira Schneider, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindicomb), e José Lima de Andrade Netto, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), foram alguns dos representantes das entidades do setor presentes no lançamento do relatório, que, em sua oitava edição, traz um design mais moderno, facilitando a visualização dos dados.