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Ao pedir votos para Hugo Motta, Cunha apelou para sua própria sobrevivência

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Apesar dos discursos públicos em contrário, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou o golpe na acachapante derrota para a liderança do PMDB nesta quarta-feira (17). Durante a manhã, ciente da derrota iminente de seu candidato, o deputado Hugo Motta (PB), Cunha ligou para vários parlamentares peemedebistas com um apelo inusitado:

“A eleição do Hugo Motta não é apenas a liderança. Essa eleição representa a minha sobrevivência”, repetia o presidente da Câmara aos interlocutores do partido.

O apelo pessoal de Cunha não sensibilizou muitos deputados do partido. Após uma intensa articulação que envolveu a presidente Dilma Rousseff, ministros e coordenadores políticos do governo, o carioca Leonardo Picciani foi eleito por 37 a 30 votos.

A vitória de Picciani tem repercussões políticas relevantes. A primeira tese a ganhar reforço é a do afastamento de Cunha da Presidência da Casa. Cunha enfrenta um processo de cassação no Conselho de Ética que se arrasta há quatro meses e um pedido de afastamento do comando da Câmara feita pelo Ministério Público Federal e que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Outra consequência será o enfraquecimento da tese de rompimento do PMDB com o governo na convenção marcada para o dia 12 de março. A tese do impeachment, já enterrada pelo Supremo, também sofre um forte revés.