ASSINE
search button

Empresa do grupo que controla saneamento em Niterói será denunciada por tragédia na Região Serrana

Compartilhar

Uma empresa do grupo Águas do Brasil, o mesmo que é responsável pela empresa de saneamento básico de Niterói, onde um desabamento numa estação de tratamento causou uma inundação de 5 milhões de litros de dejetos nas ruas da cidade, será alvo de denúncia no Ministério Público por causa da tragédia ocorrida na Região Serrana do Rio, onde morreram mais de 900 pessoas.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), responsável por investigar os responsáveis pelas tragédias causadas pelas chuvas na Região Serrana, disse que fará uma denúncia ao Ministério Público (MP) contra a concessionária Águas de Nova Friburgo, responsável pelo abastecimento do município. Segundo o deputado Luiz Paulo (PSDB), o rompimento de uma adutora aumentou a dimensão da tragédia na localidade no começo deste ano.

"Vejo aqui uma responsabilidade civil clara. Existe a necessidade de fazer uma denúncia formal ao MP para que seja aberto um inquérito que apure a responsabilidade da concessionária pelo rompimento dessas adutoras. É claro que não foi só o rompimento, mas se as adutoras não tivessem rompido, o acidente seguramente teria sido muito menor", disse ele.

Na região onde houve o rompimento da adutora morreram 11 pessoas. Os membros da CPI observaram o local de perto. Logo após as vistorias nos bairros de Duas Pedras e Córrego Dantas, os deputados estiveram na Câmara de Vereadores de Nova Friburgo e ouviram a comunidade.

"Há 20 dias, em um domingo de sol, os moradores tiveram um susto horrível porque escutaram uma barulheira vinda da montanha, de onde estavam descendo pedras e paus. Isso em um dia de sol quente, sem chuva. É um risco constante. Temos escolas fechadas. Há um estudo de um parque fluvial, mas os moradores não sabem de nada. Eles precisam saber o que vai acontecer", disse o deputado Rogério Cabral (PSB).

Niterói

No último domingo, a empresa Águas de Niterói, que faz parte do mesmo grupo da Águsa de Nova Friburgo, foi o pivô de uma inundação no Centro de Niterói, depois que a parede lateral da ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Toque-Toque, no bairro Ponta D’Areia, desabou. Na ocasião, nove pessoas ficaram feridas, e duas continuavam internadas até a noite desta segunda-feira.

>> Vazamento espalha milhões de litros de dejetos por ruas de Niterói. Veja o vídeo

Tragédia na Região Serrana

As fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes, deslizamentos de terra e mataram oficialmente 905 pessoas. Mais de 300 foram consideradas desaparecidas. As cidades mais atingidas pelos temporais foram Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), chuvas com tal intensidade ¿ algumas estações registraram quase 300 mm de precipitação em 24 horas - têm probabilidade de acontecer apenas a cada 350 anos.

Águas do Brasil

O Grupo Águas do Brasil, formado pelas empresas Developer, Queiroz Galvão Participações-Concessões S.A., Trana Construções Ltda., e Construtora Cowan S.A., além de Niterói e Nova Friburgo, também está presente em outros municípios, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

No Rio de Janeiro, o grupo opera ainda em Petrópolis, Araruama, Saquarema e Silva Jardim, Resende e em Campos dos Goytacazes.

Em São Paulo, o grupo atua em Araçoiaba da Serra (Águas de Araçoiaba), com gestão total; em Jaú (Sanej) e Araçatuba (Sanear), com o tratamento do esgoto; e com produção de água tratada em Ourinhos (Águas de Esmeralda).

 

Com Portal Terra