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Ano Novo, governo novo, esperança nova

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Adeus 2016. Noves fora igual a zero, e de fato, em termos de avanço econômico, foi o que aconteceu. E o nosso trânsito do dia a dia? Os “meninos” que deixam a Prefeitura cansaram de enfatizar avanços da mobilidade urbana com a expansão do BRT, sem jamais, covardemente, demonstrarem, por estatística, quantos usuários de carros o trocaram por este tipo de transporte de massa. O que aconteceu com o tráfego de acesso e saída da Barra foi uma prova, provada, de que só o metrô retira usuários de carros das vias. Que se veja a quantidade de vias nas proximidades da estação terminal Jardim Oceânico, totalmente ocupadas por carros estacionados. Enquanto isto, os demais moradores dos demais bairros continuam, ao preferir o seu carro, a sofrer os congestionamentos infernizantes. Mas, afinal, o que seria a mobilidade urbana?

Para mim, do alto de mais de meio século de “janela”, é um rendimento maior do que 50% da malha viária, capaz de permitir adoção de uma faixa, especial, como a sinalização horizontal de “Pista  Livre”, a ser liberada ao se ouvir qualquer sinal sonoro de veículo de socorro, muito especialmente a ambulância. Estamos todos, principalmente eu, na esperança de soluções de alta tecnologia de engenharia de tráfego, a “ciência esquecida”, haja vista que, até hoje a nossa rede de semáforos é controlada por equipamentos geradores de ciclos fixos controlando  “sinais burros”, que emperram a fluidez das vias sobrecarregadas e são incapazes de atender a demanda dos usuários. Desde os primórdios da campanha eleitoral para o cargo de prefeito, tento me encontrar com o meu amigo e colega Fernando Mac Dowell, verdadeira “luz no fim do túnel”, futuro secretário de Transportes para modernizar o trânsito do Rio, como eu o fiz, nos idos de 1967, algumas das medidas eficazes até hoje.

A solução é óbvia: se não se tem o suficiente para a demanda, raciona-se a oferta, a fim de que satisfaça às necessidades de todos. É com o sistema URV, utilização racionada das vias, nas horas de pico, de sua maior demanda, o “ovo de Colombo para desatar este nó. É inaceitável o desperdício de um só ocupante num carro (cerca de 96%), quando lá poderiam estar ao menos quatro donos de carro. A correção desta aberração é o atendimento ao “slogan” de campanha do prefeito Crivella: “É preciso se governar para as pessoas”

O governo que sai deixa para o próximo, entre outros “abacaxis”, a revisão periódica, por contrato de serviço, do valor das tarifas do transporte de ônibus. Gostaria de, antes que o novo governo decida, ele  pudesse anunciar que este é o último reajuste capaz de onerar os menos favorecidos, seus usuários. Após a implantação do sistema URV, este transporte será gratuito, subsidiado integralmente pela Prefeitura, utilizando a arrecadação dos donos de carro, pagando a ridícula taxa mensal de uso racionado da via, para fugir à pesada taxa diária de congestionamento (vide o que ocorre em Londres),e deixando ainda saldo para o que desejar fazer, a fim de melhorar este serviço.

Como disse o técnico colombiano Henrique  Peñarosa, apologista fanático do BRT: “A solução depende mais da decisão política do que técnica, para se equacionar corretamente o trânsito urbano”.

No nosso caso, eu que vivi este problema desde que a ele me dediquei, gostaria de acrescentar ser necessária coragem política ou, melhor dizendo, exagerando, coragem moral, a fim de implantarem a melhoria proposta, como tiveram os três primeiros governantes do “finado” Estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Negrão de Lima e Chagas Freitas, para resolver  problemas crônicos da nossa então: Cidade Estado” , enfrentando a “tirania” da opinião pública, quase sempre mal informada.