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Avenida Graça Aranha merece atenção especial

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Como concretização da maior  “travessura” do governo municipal que se foi, ao contrariar a norma de engenharia de tráfego de “criar” uma zona de pedestres, quando é ela quem “se cria”, no trecho final da Avenida Rio Branco, outrora Avenida Central, nome que já insinuava a sua função no tráfego da área central, o desvio do tráfego pela  Avenida Graça Aranha merece especial atenção.

A observação “in loco”, banida do procedimento da “turma da meia ciência” que comanda o nosso tráfego, das consequências desta modificação, deveria alertá-la. A começar pelo fato de que a sua “caixa de rolamento” é inferior à da interditada ao tráfego de veículos retirada da Avenida Rio Branco, hoje subutilizada pelos pedestres. Recordo-me de que, ao assumir o DetranGB, em 1967, determinei que os táxis  só recolhessem passageiros do lado esquerdo, a fim de não conflitar com os ônibus, que o faziam pela direita, operação chamada de “Arrastão”, que provocou um ajuste para mais na velocidade de escoamento em 20km. Este fato provocou o desespero do meu antecessor, coronel Fontenelle que, pelo rádio, político de oposição que era, só faltou me chamar de “santo”, inclusive me acusando de nada entender de trânsito. Infelizmente, faleceu antes de poder me fazer justiça, atitude que sem dúvida iria tomar, face à sua retidão de caráter.

Mas, voltando ao propósito deste artigo, ou em linguagem marinheira, ao “rumo base”, a exemplo de uma rua da maior importância para o escoamento de tráfego da cidade de Nápoles que, por causa deste detalhe, teve gradeada toda sua extensão de calçadas, a fim não haver não apenas estacionamento, mas principalmente parada para embarque e desembarque. Evidentemente, tal ação não é necessária na nossa avenida, face a sua extensão, mas a restrição ao número de paradas de ônibus é recomendável. Respeitando a regra do urbanismo de que o intervalo entre as paradas de mesmas linhas de ônibus não exceda 700 metros.

O que motivou a escrever sobre este tema foi a experiência desagradável pela qual passei, ao tomar um táxi na quarta-feira que passou, a fim de ir almoçar no restaurante “Casa da Suíça”, a fim de também levar os meus sentimentos profundos pela perda de seu proprietário, Hern Wolkmar, recentemente falecido, meu amigo há mais de 50 anos, e que me permitia praticar o meu pobre alemão. Saindo da Rua da Assembleia e tomando a Rua do Carmo, rumo à dita avenida, não nos foi possível fazê-lo face ao total entupimento da importante artéria. Pasmem, tivemos que ir pela Avenida Antônio Carlos e seguir pela Avenida Infante Dom Henrique (Aterro) onde, ao atingirmos o largo da Glória, retornamos até a Rua Candido Mendes, onde se localiza o restaurante. Como jamais me contentei em observar o trânsito por câmeras de TV, sempre o observando ao vivo, do solo ou de helicóptero, pude notar que toda aquela dificuldade em usar o caminho eleito pela CET, era o desrespeito, principalmente pelos ônibus, do artigo 182, item VII, que proíbe parar  “na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e pedestres,”punida esta infração como infração MÉDIA. Houvesse uma administração atenta e competente no Denatran, ou Contran e, esta infração, pelo mal que provoca, já deveria constar do artigo 208, considerada infração GRAVÍSSIMA e com a seguinte redação: “Entrar no cruzamento, sinalizado com a área amarela quadriculada, sem dela poder sair, caso o sinal mude”,

No nosso caso da fluidez da importante Avenida Graça Aranha, bastaria colocar esta sinalização com o aconselhamento do texto da lei e avisar do controle fotográfico. Basta colocar câmeras que registrem esta infração, nos principais cruzamentos existentes na avenida considerada. Como o Prefeito está preocupado com o “rombo” que descobriu nas finanças, herança da “garotada”, sugiro que copiem Israel, onde nem sempre as câmera são reais, ou sendo reais, não contém filme. Como no “poker”, o blefe funciona.

Cumpri o meu dever da crítica construtiva, não esperando alguma providência. Afinal, é bastante conhecido por mim o provérbio indiano: “Poderás convencer o sábio. Poderás, embora com maior dificuldade, o ignorante, mas, jamais poderás convencer os que estão na meia ciência, os que pensam que sabem”.