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Toda gravidez após 40 anos é de risco? Entenda
Por Jornal do Brasil
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Publicado em 25/04/2021 às 11:49
Alterado em 25/04/2021 às 11:52
Ter filhos após os 35/40 anos é uma tendência da mulher moderna. As brasileiras, por exemplo, têm engravidado cada vez mais tarde, segundo o IBGE. Porém, especialistas alertam que a gravidez após 40 anos pode trazer alguns riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê.
“Em geral, a gestação após os 40 anos é de risco, pois essa idade predispõe alguns problemas de saúde. A citar: hipertensão, sobrepeso, obesidade, alterações de tireoide e diabetes”, comenta a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro, diretora clínica da Life Search. “A gravidez tardia também aumenta chances de complicações como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, prematuridade e malformações genéticas”.
Alternativas
O ideal, segundo a especialista, é que a mulher busque engravidar de forma natural no auge de sua idade fértil. Isso porque, depois dos 35 anos, a qualidade dos óvulos cai e a possibilidade de se ter um filho com problemas genéticos é maior. Entretanto, se engravidar após essa faixa etária for um desejo, existem alternativas para aumentar as chances de uma gestação saudável.
Uma delas é a escolha pelo congelamento de gametas. “A preservação da fertilidade é uma das possibilidades que contribui muito para melhores chances de gravidez em idade avançada”, diz a médica. Entretanto, não diminui as complicações maternas da gestação tardia.
“Se a mulher está se aproximando dos 30/35 anos e não pretende engravidar tão cedo, ela pode aproveitar enquanto seus óvulos estão saudáveis e congelá-los. Depois, ela usa no momento adequado, por meio de Fertilização In Vitro”, sugere. “A coleta deve ser feita até os 35 anos e o limite máximo para transferir o embrião deve ser 50, seguindo recomendação do Conselho Federal de Medicina”, pondera.
Diagnóstico genético de embriões
Já quando a mulher não tem óvulos congelados para utilizar, há a opção de realizar o diagnóstico genético do embrião. Após a fertilização in vitro com seu próprio material genético, é feita uma biópsia embrionária e um exame de células. Esse exame permite um mapeamento cromossômico, que vai analisar a saúde dos embriões.
“Ele identifica os embriões com alterações cromossômicas e, assim, apenas aqueles sem essas alterações são selecionados para serem transferidos para o útero da mãe”, diz Cláudia.
Barriga solidária
Em casos de mulheres que, por algum motivo, não podem gerar o filho no próprio ventre, há a possibilidade de optar pela barriga solidária. Ou seja, outra mulher, de grau de parentesco próximo, empresta seu próprio útero para receber o embrião fertilizado In Vitro no laboratório. Essa é uma alternativa para diversos casos relacionados à idade, como:
para a mulher que congelou seus próprios óvulos mas, depois de alguns anos, por algum motivo específico, não pode gerar no próprio útero.
para a mulher que tem óvulos saudáveis mas, por problemas de saúde adquiridos com o tempo, pode ter uma gestação complicada, que ofereça risco de morte para mãe e bebê.
para a mulher que não tem óvulos saudáveis nem pode gerar a criança. Nesse caso, os óvulos são recebidos por doação.
Tratamento individualizado
A especialista reforça ainda a importância de individualizar o tratamento. “Existem mulheres que não terão qualquer problema na gestação após os 40 anos, enquanto outras precisarão de muitos cuidados”, compara. “De toda forma, caso a mulher nessa faixa etária deseje engravidar, é muito importante o acompanhamento com médico especialista”, alerta.
Sobre Cláudia Navarro
Cláudia Navarro é especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal.