TURISMO
Conheça caminhos na Itália para serem feitos a pé
Por JB TURISMO
marcio.gomes@jb.com.br
Publicado em 18/03/2025 às 15:24

Descobrir a Itália a pé é uma das propostas do turismo lento, muito em alta no Belpaese, ao permitir que o viajante se aproxime da comunidade local e descubra suas tradições e sabores de modo autêntico.
Somente em 2023, 148 mil pessoas caminharam pelas estradas italianas em busca de um novo modo de viajar, que tem crescido no país.
Há caminhos para todos os perfis: naturais, históricos e culturais.
Na Sardenha, a Península del Sinis, na província de Oristanio, é um paraíso natural que abriga ecossistemas intactos, com mar, lagoas, salinas, dunas de areia e praias com grãos de quartzo brilhantes, oferecendo diversos itinerários personalizáveis que podem ser consultados no programa "Noi camminiamo in Sardegna" ("Nós caminhamos pela Sardenha").
Entre as rotas que exaltam figuras históricas estão os "Cammini amici della Via Valeriana" ("Caminhos amigos da Via Valeriana"), que com seus 225 quilômetros e 12 etapas, recupera a trajetória vitoriosa do rei lombardo Carlos Magno pelo norte da Itália, indo de Bergamo a Carisolo. O percurso é inspirado em uma lenda que diz que à medida que Carlos Magno conquistava o território da Lombardia e do Trentino-Alto Ádige, ele obrigava os habitantes locais a construírem igrejas em sua homenagem, muitas, até sobre as ruínas de castelos.
Já o trecho toscano da Via Francigena reúne em 394 quilômetros e 16 etapas, o caminho percorrido por peregrinos, mercadores, santos e viajantes ao longo dos séculos. O itinerário tem início nos bosques da Lunigiana, nos Apeninos, atravessa a Versilia, no litoral, passa por Piana di Lucca, Terre di Siena e se encerra no Val d'Orcia: uma mistura de paisagens fascinantes com construções medievais.
De volta à Sardenha, os amantes da cultura são convidados a percorrer o caminho de Borutta, na província se Sassari. O local preserva os restos de mais de 30 nuraghi (um tipo de fortaleza construída por uma antiga civilização local) e dez tumbas de gigantes. O mosteiro beneditino de San Pietro di Sorres, no coração de Borutta, é um dos mais importantes exemplos da arquitetura românica sarda, dentro do qual se encontra a Biblioteca Beneditina, especializada em bibliografia religiosa, com um patrimônio com cerca de 70 mil volumes, incluindo muitos exemplares únicos. (com Ansa)