Proposta do governo visa erradicar a fome no Brasil até 2030

Segundo o ministro Wellington Dias, 'Pacto contra Fome' projeta retirar cerca de 8,5 milhões de famílias da extrema pobreza

Por GABRIEL MANSUR

Mais de 30 milhões de pessoas passam fome no Brasil

Durante o lançamento do "Pacto contra a Fome", nesta terça-feira (23), o ministro Wellington Dias, responsável pelo Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, destacou que taxas de juros adequadas e um ambiente de crescimento econômico são metas fundamentais para combater a pobreza no Brasil.

O "Pacto contra Fome" é um movimento suprapartidário e multissetorial que tem o objetivo de erradicar a fome no Brasil até 2030, além de reduzir o desperdício de alimentos no país.

Dias ressaltou que a aprovação do novo marco regulatório fiscal, da reforma tributária e da política de ganho real para o salário mínimo também fazem parte dessa estratégia.

Os organizadores do movimento pretendem engajar toda a sociedade nessa causa, construindo pontes entre a sociedade civil, o setor privado e o governo por meio de articulação, inteligência estratégica e reconhecimento de boas práticas.

Segundo o ministro Dias, a implantação do pacto ainda este ano tem a expectativa de retirar cerca de 8,5 milhões de famílias da extrema pobreza, o que representa aproximadamente 20 milhões de pessoas.

O evento contou com a presença de líderes governamentais, acadêmicos, empresários, organizações não governamentais e religiosas, entre outros.

Parcerias entre os setores

A ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, que também esteve presente ao evento, destacou a importância da parceria entre os setores envolvidos no Pacto contra a Fome para erradicar a miséria e a fome no país.

"Quando nós falamos de fome, nós não podemos esquecer que um Brasil que alimenta o mundo desperdiça quase oito vezes o necessário para matar a fome, então nós temos que garantir uma rede junto com a sociedade civil organizada e o terceiro setor de cultura de conscientização em relação a isso", pontuou.

A ministra salientou que a fome é um problema complexo e que requer soluções abrangentes. Ela afirmou que o governo federal possui recursos e orçamento para garantir o Bolsa Família e outras redes de proteção social às pessoas.

No entanto, ressaltou a importância de políticas públicas eficientes para evitar desperdícios e garantir que os recursos, como os R$ 160 bilhões destinados ao Bolsa Família, cheguem às pessoas que realmente precisam, eliminando irregularidades identificadas em governos anteriores.

“Isso envolve algo mais, envolve não só fazermos o dever de casa, de termos políticas públicas eficientes para que os R$ 160 bilhões do Bolsa Família possam chegar a quem realmente precisa, tirando do cadastro quem está ganhando de forma irregular, como acontecia no governo passado, portanto, evitar desperdício com o dinheiro público”, acrescentou.