Projeto Engenhoka reúne estudantes na Biblioteca Parque Estadual nesta segunda
Participantes de curso de robótica educacional e artes expõem trabalhos realizados em 3D com discursos de defesa ao meio ambiente
A" Flor da lua" é uma obra de arte cinética em defesa do meio ambiente. Traz um sinal de alerta: a perturbadora mudança climática na Terra. Baseada em uma flor homônima da Amazônia, a escultura brilha intensamente. Até o momento em que alguém se aproxima. A luz se torna fraca, miúda, mostrando como uma obra de arte cinética, realizada inteiramente por alunos do Colégio Estadual Souza Aguiar (CESA), no Centro do Rio, pode falar ao mundo. Este é um dos trabalhos do Projeto Engenhoka a ser apresentado durante o evento de encerramento nesta segunda-feira (16), a partir das 13h, na Biblioteca Parque Estadual, na Av. Presidente Vargas.
Junto aos colegas do CESA, os alunos do Colégio Estadual Zuleika Raposo Valladares, da Ilha da Conceição, em Niterói, também protagonizam a tarde mostrando o que levam para o futuro a partir de conhecimentos de robótica educacional e arte ao longo de cinco meses de 2024. Trabalhos de duas turmas ompõem a breve exposição para entrega de certificados aos alunos. Nas duas primeiras semanas de dezembro, alunos de Guarujá, Jundiaí, Santana de Parnaíba, além de Pirituba, no estado de São Paulo, participaram do mesmo rito de passagem, depois da formação no Engenhoka.
Realizado pelo Instituto Burburinho Cultural, o Projeto Engenhoka encerra seu primeiro ano neste encontro na Biblioteca Parque Estadual, no Rio. Em 2025 tem mais.
“Ao longo do ciclo, os alunos foram estimulados pelas disciplinas que dão base ao projeto, como ciências, tecnologia, engenharias, artes e matemática. Sempre de forma criativa, em contato com todo o conteúdo contido no kit que formulamos para o projeto. A partir desse conhecimento, os grupos desenvolveram os trabalhos que serão apresentados na Biblioteca Parque Estadual. A presença dos estúdios makers nas escolas transformou e tornou mais estimulante a presença na escola pública”, diz Thiago Ramires, diretor de projetos do Instituto Burburinho Cultural, idealizador do Engenhoka. Cada estúdio maker é composto por impressoras 3D, tablets, mobiliário, boxes de livros e material pedagógico. As instituições de ensino que participam do projeto recebem tudo pronto para realizar, a partir de 2025, as suas próprias atividades.
Método
Raciocínio lógico, imersão em momentos da História da Arte dentro de um estúdio maker, muito conhecimento e prática. Ao longo de quatro meses, essa foi a rotina dos 400 estudantes de seis instituições de ensino público de São Paulo e do Rio de Janeiro que participaram da primeira turma do Engenhoka, projeto de robótica educacional e artes visuais, oferecido no contraturno das aulas. Cinco módulos compõem o método.
A professora Fernanda Paixão trabalhou nas quatro turmas do Engenhoka no Colégio Estadual Souza Aguiar, no Centro do Rio. Além da "Flor da lua", os alunos do CESA criaram obras lúdicas como o "Gato contorcionista", inspirado na obra de arte “O gato”, do artista espanhol Alexander Calder. Também "A última flecha", que entrelaça arte cinética, mitologia afro-brasileira na representação do orixá Oxóssi, orixá da caça, além de inspirar um curta-metragem.
“A escultura central, representando a flecha em movimento, ganha vida através de um curta-metragem que a ativa. O filme expande a narrativa. Os alunos entrevistam várias pessoas para saber suas reflexões sobre desigualdades sociais”, destaca Fernanda.
O cachorro de Selarón, colorido com a escadaria do artista chileno, na Lapa, iluminado emana luz do afeto e da sabedoria intuitiva. Foi realizado por duas “crias do Centro”: uma estudante mora em Santa Teresa e outra bem perto dos Arcos da Lapa.
Referência em projetos de impacto sociocultural unindo educação e tecnologia, o Instituto Burburinho Cultural (@burburinho_cultural) planeja multiplicar em 2025 o Engenhoka (@projetoengenhoka) instituições da rede pública de ensino.
Projeto aprovado na Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, o Engenhoka conta com patrocínio da Siemens Brasil, por meio da Fundação Siemens, Simpress, Digix, Wilson Sons, Petronas e Google, e é realizado pela Burburinho Cultural e Ministério da Cultura (Governo Federal). A pedagogia em robótica educacional foi desenvolvida pela Picode Edtech com consultoria da curadora Fabiana Moraes, niteroiense que é radicada há 20 anos na França.