'O toque de Sadim' de Bolsonaro: 68% dos eleitores de Sampa não votam em indicado pelo ex-presidente
Após deixar a Presidência, agora envolto de problemas com a Justiça e a PF, Jair Messias é tido como o pior cabo eleitoral da capital
Já ouviu falar no termo "toque de Sadim", ou "Midas" ao contrário? Midas, como se sabe, transformava em ouro tudo o que tocava. Já Sadim tornava chumbo qualquer coisa. Alguns políticos têm o "toque de Sadim" como marca. Jair Bolsonaro (PL) é um exemplo. Após deixar a Presidência da República, agora envolto em problemas com a Justiça e a Polícia Federal, ele é tido como o pior cabo eleitoral de São Paulo.
Pesquisa divulgada pelo Datafolha, neste sábado (2), aponta que 68% dos eleitores pretendem rejeitar o candidato indicado pelo ex-presidente inelegível à Prefeitura da capital, em 2024. Outros 16% disseram que a indicação de Bolsonaro "talvez" os fizesse votar no postulante em questão, enquanto apenas 13% declararam que votariam "com certeza" em quem o ex-mandatário pedisse votos.
Nenhum nome foi apadrinhado pelo ex-mandatário até o momento, mas o atual prefeito Ricardo Nunes (PSDB) já deu indícios de que um eventual apoio seria benéfico para formar uma "frente ampla". Com discursos mais radicais, ele vem tentando atrair votos do eleitorado conservador que elegeu Bolsonaro.
O governador Tarcísio Gomes de Freitas, aliado de Bolsonaro, também não apresenta um bom desempenho como cabo eleitoral, segundo o Datafolha: 46% dos entrevistados afirmaram que não votariam em candidatos indicados pelo mandatário estadual, enquanto 35% disseram que "talvez" possam seguir a indicação, e apenas 15% seguiriam a sugestão do bolsonarista.
Já o presidente Lula desponta como o melhor padrinho político de São Paulo, uma vez que 23% dos eleitores declararam que votarão no candidato indicado pelo petista à prefeitura. O índice de rejeição à indicação do candidato de Lula é bem menor em comparação a Bolsonaro e Tarcísio: 37% disseram que não votariam no escolhido do presidente e outros 37% afirmaram que talvez seguissem a indicação do petista no momento de decidir o voto.
No entanto, quando a pessoa questionada é alguém que diz votar em Guilherme Boulos (Psol), os índices se alteram: 36% aprovariam a indicação de Lula, 48% talvez votassem, e apenas 13% rejeitariam a ideia de cara.
O estudo do Datafolha contou com 1.092 entrevistas feitas em toda cidade de São Paulo entre os dias 29 e 30 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. O que se viu é que a polarização política continua a moldar o cenário eleitoral em São Paulo, com Lula emergindo como um cabo eleitoral de peso, enquanto Bolsonaro luta para conquistar terreno na disputa política.