CNJ vai julgar desembargador bolsonarista do TJ RJ por 'fake news'

Por INFORME JB

Marcelo Buhaten (à direita) tomando posse como desembargador, ao lado do então presidente do TJ, Luiz Zveiter

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai julgar no dia das bruxas, essa terça-feira (31), o desembargador do TJ-RJ Marcelo Buhaten, investigado por disseminar fake news que associam o presidente Lula a uma facção criminosa.

O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, suspendeu as redes sociais do magistrado em outubro de 2022, após ele compartilhar no WhatsApp mensagem durante as eleições em que dizia: “Lula é convidado de honra do Comando Vermelho”. O caso foi revelado pela coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.

Buhaten não é magistrado de carreira, foi indicado pelo Ministério Público, pelo chamado "Quinto Constitucional". Ele era procurador e é do Maranhão - ligado à família Sarney.

Salomão afirmou que a ”a conduta individual do magistrado com conteúdo político-partidário arruína a confiança da sociedade em relação à credibilidade, à legitimidade e à respeitabilidade da atuação da Justiça, atingindo o próprio Estado de Direito que a Constituição objetiva resguardar”.

Buhaten compartilhou ainda uma pesquisa eleitoral que dava vitória a Lula, e escreveu: “Isso sim tinha que estar no inquérito das fake news! Ato contra a democracia!”.

Após o primeiro turno, o magistrado ainda abordou o caso do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que disparou contra agentes da Polícia Federal que cumpririam mandados em sua residência. Buhaten fez uma nota de solidariedade à magistrada na qual aproveitou para enxertar declarações de defesa a Bolsonaro e disse que a ação de Jefferson era de um “lobo solitário”.

Como se pode perceber, o bolsonarismo também pode destruir reputações e "aposentar" desembargadores. 

(com Agenda do Poder e Brasil 247)